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Capital

"Agiota forte", diz homem preso durante investigação sobre sumiço de garagista

Homem foi preso no Bairro Moreninhas e alegou ter "negócios" com garagista a quem devia R$ 3 mil

Dayene Paz | 06/12/2021 09:34
Carlos Reis Medeiros de Jesus não é visto desde o dia 30 de novembro. (Foto: Reprodução/Facebook) 
Carlos Reis Medeiros de Jesus não é visto desde o dia 30 de novembro. (Foto: Reprodução/Facebook)

Vitor Hugo de Oliveira Afonso, de 33 anos, preso por suspeita de envolvimento no desaparecimento do garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, de 52 anos, conhecido por "Alma", devia R$ 3 mil para o homem. Para a polícia, afirmou ter "negócios" com Carlos, a quem chamou de "agiota forte na cidade".

Vitor Hugo foi preso após a esposa do garagista apontar homens que estavam devendo dinheiro a Carlos e que poderiam ter envolvimento com o sumiço. Abordado pelo Batalhão de Choque, no Bairro Moreninhas, em Campo Grande, no último sábado (04), Vitor apresentou documento falso. Depois de confirmada a real identidade, os policiais constataram dois mandados de prisão contra ele, expedidos em Cruzeiro do Sul, no Acre.

Os três homens foram levados para a delegacia para prestarem esclarecimentos. Vitor declarou que conhece Carlos, assim como os outros homens abordados nas Moreninhas. O rapaz alegou que junto com Thiago Gabriel Martins da Silva, de 32 anos - dono de uma funilaria no Aero Rancho - ajudava Carlos a revender os veículos e que recebiam comissão. Dessa forma, disse que com o sumiço do garagista, todos estariam "perdendo dinheiro".

O rapaz ainda confessou que deve R$ 3 mil e Gabriel R$ 5 mil, segundo ele, valor irrisório, perto do que Carlos empresta na cidade, o chamando de "agiota forte".

Presos na Moreninha - A esposa do garagista, Josiane da Silva Medeiros, 43 anos, apontou três suspeitos que poderiam estar envolvidos no caso. A polícia obteve informação que estariam na região das Moreninhas, fugindo para fora da cidade.

Durante diligência, o Batalhão de Choque conseguiu abordar os suspeitos em uma VW Parati conduzido pela advogada de José Cláudio Arantes, o “Tio Arantes”, considerado pela Justiça como uma das lideranças máximas do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Além dela, havia três homens, dois deles eram os mesmos que haviam sido denunciados por Josiane. No carro, foram encontrados um colchão, um ventilador, um travesseiro e duas garrafas pet com gelo. Durante conversa com os ocupantes do carro, foi descoberto que um deles cumpre pena no regime aberto e deveria ter se apresentado às 20h na Casa do Albergado. Ele disse que justificaria sua ausência depois.

Indagado para onde estava indo, o grupo disse que seguia para uma chácara, localizada fora da cidade e não souber informar o local, muito menos quando retornaria. Vitor estava com o grupo, apresentou documento falso e foi preso.

Todos eles confirmaram ter tido algum tipo de relacionamento com Carlos. A advogada foi liberada e os demais foram levados para prestar esclarecimentos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada).

Carlos saindo de comércio na Guaicurus. Depois, não foi mais visto. (Foto: Reprodução)
Carlos saindo de comércio na Guaicurus. Depois, não foi mais visto. (Foto: Reprodução)

Sumiço - Carlos saiu de casa, no Bairro Tiradentes, por volta das 8h de terça-feira (dia 30), em uma caminhonete S-10, para resolver "negócios de trabalho". Na sequência, o veículo foi encontrado destrancado em um terreno da vítima, próximo de sua casa.

Ainda na noite de terça, a esposa de Carlos, Josiane, foi até a garagem do empresário e flagrou dois guinchos retirando veículos do local. Questionados sobre quem teria aberto a garagem, os suspeitos informaram que havia sido o empresário. Josiane chegou a segui-los para tentar encontrar o esposo, mas os perdeu de vista.

Desmanche - Na noite do dia seguinte, quarta-feira (1º), 11 veículos guinchados da garagem do empresário foram encontrados pela Polícia Civil em um desmanche clandestino na Travessa Pompéu, no Jardim Centro Oeste. Quatro pessoas foram flagradas retirando as peças dos carros. Elas foram levadas à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) para esclarecer como os veículos foram parar no local.

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