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Capital

"Ele não conhecia o garagista", diz defesa de preso por envolvimento em sumiço

Preso é irmão de dono de funilaria que tinha "negócios" com garagista

Dayene Paz | 22/02/2022 11:15
Carlos Reis Medeiros de Jesus não é visto desde o dia 30 de novembro de 2021. (Foto: Reprodução/Facebook) 
Carlos Reis Medeiros de Jesus não é visto desde o dia 30 de novembro de 2021. (Foto: Reprodução/Facebook)

O rapaz de 19 anos preso durante investigação do desaparecimento do garagista e agiota Carlos Reis de Medeiros de Jesus, de 52 anos, conhecido por "Alma", alegou que não conhecia a vítima. "Não conhece o garagista. Não tem envolvimento com os fatos", disse o advogado de defesa, Cairo Frazão.

Rodrigo José Martins da Silva, 19, foi preso temporariamente, por 30 dias. Ele é irmão de Thiago Gabriel Martins da Silva, vulgo "Thiaguinho PCC", dono de uma oficina no Bairro Aero Rancho, já citado no início das investigações por ter "negócios" de revenda de carros com o garagista. O irmão trabalhava como atendente no local.

Policiais chegando na Depac Cepol depois de cumprimento de mandados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Policiais chegando na Depac Cepol depois de cumprimento de mandados. (Foto: Henrique Kawaminami)

Além da prisão, durante operação policial nesta terça-feira (22), foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nos bairros Moreninhas, Santo Antônio e Tiradentes.

Segundo a apuração, são fortes os indícios de participação dele no sumiço do garagista. No entanto, o delegado Carlos Delano, não repassou detalhes, para não atrapalhar a investigação. A polícia também não informa se Thiago Gabriel foi ouvido durante as investigações.

A defesa de Rodrigo pediu acesso ao inquérito. "Vamos verificar o inquérito e a partir daí saber qual medida será tomada. Por enquanto, o que sabemos, é que ele não conhecia o garagista e não tem envolvimento com os fatos. Ele é apenas irmão do dono da funilaria", afirmou Frazão. A prisão temporária é de 30 dias e a defesa deverá pedir a revogação.

Investigação - Carlos Reis está desaparecido há quase três meses, desde 30 de novembro de 2021, e indícios de que houve crime fizeram com que a DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio) iniciasse investigações sobre o caso no final do ano passado.

Foram feitas várias diligências pelos investigadores desde então. Na mesma semana em que desapareceu, um grupo foi flagrado com os veículos de Carlos em um desmanche. Também foi descoberta agiotagem feita pelo garagista, com valores altos, abrindo um "leque" de possibilidades e suspeitos. Um dos presos durante as investigações afirmou que ele era "agiota forte".

Entenda - Durante as diligências, um dia depois do desaparecimento, foi descoberto que um grupo guinchou veículos que estavam na garagem da vítima. Os carros foram levados até um desmanche, local onde a polícia localizou quatro homens. Eles foram levados para a delegacia para prestar esclarecimentos.

Após esse fato, a esposa de Carlos acabou revelando que o sumiço poderia estar ligado a agiotagem do marido, fato até então desconhecido. A mulher apontou três suspeitos que poderiam estar envolvidos no caso, pois deviam alta quantia ao garagista. Dias depois, a polícia obteve informação que esses suspeitos estavam na região das Moreninhas, fugindo da cidade.

Eles foram abordados. No carro estava Vitor Hugo de Oliveira Afonso, de 33 anos, que acabou preso por uso de documento falso. Questionado sobre o sumiço, revelou que tinha negócios com Carlos Reis. Segundo ele, junto com Thiago Gabriel, ajudavam a revender os carros da garagem da vítima. Na época que foi preso, Vitor confessou que devia R$ 3 mil e Gabriel R$ 5 mil, segundo ele, valor irrisório, perto do que Carlos empresta na cidade, o chamando de "agiota forte".

No entanto, Vitor negou envolvimento, afirmando que com o sumiço do garagista "todos estavam perdendo dinheiro".


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