Réu por morte de Marielly se entrega hoje e espera liberdade como “recompensa”
Segundo o próprio advogado de Hugleice da Silva, um erro na Penitenciária da Mata Grande, no MT, colocou o cliente em liberdade
Réu pela morte da jovem Marielly Barbosa, de 19 anos, durante um aborto malsucedido em 2011, em Mato Grosso do Sul, Hugleice da Silva, 37 anos, deve se apresentar à polícia ainda hoje. É o que garante o advogado dele, José Roberto Rodrigues da Rosa.
“Estou me deslocando neste momento para Alto Taquari (MT) para apresentá-lo às autoridades”, afirmou o defensor por volta das 9h desta quarta-feira (2).
José Roberto não detalhou que horas e nem onde Hugleice vai se entregar, mas afirma que o próximo passo da defesa será tentar derrubar a prisão preventiva ainda em vigor contra o cliente. “Vou apresentar para dar uma demonstração de boa vontade e vou pedir a revogação”.
Solto por engano – Segundo o próprio advogado, um erro na Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis (MT), colocou Hugleice em liberdade. Além de responder pela morte da cunhada, que aconteceu há 9 anos, ele também é acusado de tentar matar a mulher em 2018, Mayara Barbosa, irmã mais velha da primeira vítima.
O réu estava preso preventivamente pelos dois crimes. O advogado explicou que por entender a prisão pelo aborto de Marielly desnecessária, entrou com pedido de liberdade. Após decisão favorável, o alvará de soltura foi enviado ao presídio, que no dia 28 de agosto, soltou Hugleice sem verificar o outro mandado de prisão que o mantinha na cadeia.
Assim que ganhou liberdade, o próprio réu ligou para o advogado, que ao verificar a situação, percebeu que o habeas corpus pedido no processo do crime cometido contra a Mayara sequer foi analisado. “O presídio só percebeu o erro na tarde de ontem”, contou José Roberto ao Campo Grande News nesta terça-feira (2).
Hugleice estava preso desde dezembro de 2018, quando esfaqueou Mayara, após supostamente encontrar mensagens e imagens da mulher com outro homem. O crime aconteceu em Alto Taquari, no interior do Mato Grosso, para onde o réu se mudou com a mulher depois da repercussão da morte da cunhada. Ele foi capturado em Dourados e transferido para o presídio em Rondonópolis (MT).
Marielly Barbosa morreu após um aborto malsucedido em Sidrolândia. Na época, conforme apurado pela polícia, quem a levou para fazer o procedimento foi Hugleice. Ainda segundo a acusação, ele tinha um caso com a jovem e precisava acobertar a gravidez.