ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

Santa Casa faz alerta para falta de insumos e caixa para pagar funcionários

À Sesau, hospital pede readequação de contrato em R$ 430 milhões para arcar com salários e medicamentos

Karine Alencar | 28/07/2022 18:35
Prédio da Santa Casa de Campo Grande, hospital referência em MS (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)
Prédio da Santa Casa de Campo Grande, hospital referência em MS (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)

Nesta quinta-feira (28) a Santa Casa de Campo Grande emitiu um alerta para falta de insumos e dinheiro em caixa para o pagamento de funcionários em razão do desequilíbrio econômico com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

Segundo o presidente da instituição, Heitor Rodrigues Frire, o contrato venceu há dois meses. Apesar de em uma reunião realizada ontem, mediada pelo Ministério Público Estadual da Saúde, com a presença da SES (Secretaria de Estado de Saúde), para resolver a situação foi encerrada sem consenso.

"A proposta apresentada pela prefeitura tinha o sentido de fazer o contrato no mesmo valor de 2019. Até o ano passado fomos obrigados a aceitar e esse ano não vamos assinar. A correção de lá para cá foi de 60,62%, correspondendo a R$ 461 milhões, nós estamos propondo R$ 430 milhões, R$ 31 milhões a menos do corrigido", explicou Freire.

"Nós financiamos a saúde durante esse período porque todo mês temos uma defasagem muito grande. Ninguém faz repasse, nós prestamos serviços e essa remuneração tem sido  muito abaixo do custo e nós fizemos isso recorrendo a empréstimos bancários, e é um custo altíssimo, então não dá para continuar assim", enfatizou.

Ainda de acordo com o Heitor, o hospital recebe mensalmente, R$ 23 milhões, sendo que R$ 5 milhões são debitados em empréstimos. O contrato com a secretaria encerra no dia 31 de julho, período em que o estoque de medicamentos também pode sofrer desfalque. Caso a readequação não seja feita, a Santa Casa afirma não ter caixa para pagar salários e medicamentos a partir do dia 1º de agosto.

Em nota, a Sesau disse que anteriormente, a direção do hospital havia concordado com os termos do contrato e, subitamente, voltou atrás, recusando as condições e serviços exigidos pelo município.

"A gestão pede um reajuste de valores de 110%, enquanto, em contraproposta a Sesau solicitou equiparação dos valores pagos pela Prefeitura, que arca com 60% dos repasses ao hospital, e do Estado, que hoje tem como responsabilidade 40% dos valores que são encaminhados à Santa Casa, sendo esta novamente recusada", disse.

"O Município não possui nenhuma pendência financeira com o hospital. Todos os repasses estão sendo feitos em dia, inclusive com valores a maior do que está previsto em convênio através de emendas e incentivos. De janeiro a julho deste ano, o hospital já recebeu R$ 173,3 milhões. Desde 2017 foram mais de R$ 1,6 bilhão destinados à Santa Casa. Cabe ao hospital esclarecer sobre eventuais problemas gerenciais que culminaram no alegado déficit", concluiu a nota.

Nos siga no Google Notícias