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Cidades

Santa Casa faz alerta para falta de insumos e caixa para pagar funcionários

À Sesau, hospital pede readequação de contrato em R$ 430 milhões para arcar com salários e medicamentos

Karine Alencar | 28/07/2022 18:35
Prédio da Santa Casa de Campo Grande, hospital referência em MS (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)
Prédio da Santa Casa de Campo Grande, hospital referência em MS (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)

Nesta quinta-feira (28) a Santa Casa de Campo Grande emitiu um alerta para falta de insumos e dinheiro em caixa para o pagamento de funcionários em razão do desequilíbrio econômico com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

Segundo o presidente da instituição, Heitor Rodrigues Frire, o contrato venceu há dois meses. Apesar de em uma reunião realizada ontem, mediada pelo Ministério Público Estadual da Saúde, com a presença da SES (Secretaria de Estado de Saúde), para resolver a situação foi encerrada sem consenso.

"A proposta apresentada pela prefeitura tinha o sentido de fazer o contrato no mesmo valor de 2019. Até o ano passado fomos obrigados a aceitar e esse ano não vamos assinar. A correção de lá para cá foi de 60,62%, correspondendo a R$ 461 milhões, nós estamos propondo R$ 430 milhões, R$ 31 milhões a menos do corrigido", explicou Freire.

"Nós financiamos a saúde durante esse período porque todo mês temos uma defasagem muito grande. Ninguém faz repasse, nós prestamos serviços e essa remuneração tem sido  muito abaixo do custo e nós fizemos isso recorrendo a empréstimos bancários, e é um custo altíssimo, então não dá para continuar assim", enfatizou.

Ainda de acordo com o Heitor, o hospital recebe mensalmente, R$ 23 milhões, sendo que R$ 5 milhões são debitados em empréstimos. O contrato com a secretaria encerra no dia 31 de julho, período em que o estoque de medicamentos também pode sofrer desfalque. Caso a readequação não seja feita, a Santa Casa afirma não ter caixa para pagar salários e medicamentos a partir do dia 1º de agosto.

Em nota, a Sesau disse que anteriormente, a direção do hospital havia concordado com os termos do contrato e, subitamente, voltou atrás, recusando as condições e serviços exigidos pelo município.

"A gestão pede um reajuste de valores de 110%, enquanto, em contraproposta a Sesau solicitou equiparação dos valores pagos pela Prefeitura, que arca com 60% dos repasses ao hospital, e do Estado, que hoje tem como responsabilidade 40% dos valores que são encaminhados à Santa Casa, sendo esta novamente recusada", disse.

"O Município não possui nenhuma pendência financeira com o hospital. Todos os repasses estão sendo feitos em dia, inclusive com valores a maior do que está previsto em convênio através de emendas e incentivos. De janeiro a julho deste ano, o hospital já recebeu R$ 173,3 milhões. Desde 2017 foram mais de R$ 1,6 bilhão destinados à Santa Casa. Cabe ao hospital esclarecer sobre eventuais problemas gerenciais que culminaram no alegado déficit", concluiu a nota.

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