Saúde inicia na semana que vem busca de leitos em hospitais particulares
Secretário de Saúde de MS afirma que medida visa a reduzir o “abarrotamento” da rede e antecede projeto de hospital municipal
Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande, por meio de suas Secretarias de Saúde, pretendem iniciar na semana que vem tratativas com hospitais particulares da cidade, a fim de captar mais leitos e dar vazão à demanda que, hoje, “abarrota” unidades públicas do setor na Capital. O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirma que esta medida seria um ponto de partida até a viabilização de recursos para a construção do Hospital Municipal de Campo Grande, projeto que está “em fase embrionária”.
A busca de leitos em hospitais já existentes, conforme explicou o secretário ao Campo Grande News, visa a reduzir a pressão que recai sobre a Santa Casa e o Hospital Regional Rosa Pedrossian, bem como nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), CRSs (Centros Regionais de Saúde) e outros locais de atendimento especializado, tanto pela demanda gerada na cidade como a vinda de municípios do interior. A medida, paliativa, seria conduzida ao mesmo tempo em que se buscarão recursos para a construção de um novo hospital na cidade.
“Vamos levar ao ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) a possibilidade de se construir um Hospital Municipal. Há essa ideia, ela é embrionária, mas a queremos. Já assumi o compromisso com o secretário José Mauro (Pinto de Castro Filho, titular da Secretaria Municipal de Saúde da Capital) de fazer essas tratativas a partir dos próximos dias”, afirmou Geraldo.
“Mas, enquanto isso não acontece, estamos vendo a rede pública da cidade abarrotada, fruto da necessidade de uma melhor estruturação da saúde como também do encaminhamento excessivo de pacientes vindos do interior”, prosseguiu o secretário, reforçando que a regionalização da saúde a partir dos sete polos do interior “precisa sair do papel em um curto espaço de tempo”. Até lá, porém, ele afirma serem necessárias medidas urgentes. “Vamos ter de buscar alternativas, entre elas buscar hospitais privados”.
Negociações – A intenção é que, na semana que vem, sejam abertas negociações tanto com hospitais privados como retomadas as referentes a um aditivo de R$ 3,3 milhões mensais com a Santa Casa de Campo Grande –sendo R$ 2 milhões em recursos estaduais e R$ 1,3 da União– que, “infelizmente e após exaustivas discussões nas quais foi acertada a compra de novos serviços, ainda não foi celebrado o convênio”.
Mesmo com as tratativas com a Santa Casa, a qual ele reconhece como sendo “o hospital mais estruturado do Estado e que exerce papel fundamental no sistema de saúde”, Geraldo Resende afirma que a busca por leitos em outros hospitais será mantida. O secretário deixou clara a necessidade de encontrar “alternativas para que a gente não fique refém dos humores de diretores-presidentes de plantão” –crítica a dificuldades de se fechar acordo com a Associação Beneficente de Campo grande, mantenedora da unidade.
Já os recursos para a contratualização de novos leitos, complementou o secretário, virá de uma “construção tripartite entre Estado, município e União. Sem dúvida o ministro Mandetta não haverá de nos faltar neste momento”. Ainda não há um hospital definido para o fechamento do acordo, aberto “a todos que, de fato, queiram colaborar para minimizar o sofrimento da população quanto a falta de vagas”