ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, QUINTA  26    CAMPO GRANDE 21º

Cidades

Supremo Tribunal recebe propostas para alterar trechos da Lei do Marco Temporal

Mais uma das audiências de concicliação promovidas pelo Supremo discorreu a demarcação de terras

Por Gustavo Bonotto | 03/12/2024 20:05
Entidades debatem durante encontro promovido pelo Supremo. (Foto: Gustavo Moreno/STF)
Entidades debatem durante encontro promovido pelo Supremo. (Foto: Gustavo Moreno/STF)

STF (Supremo Tribunal Federal recebeu), na segunda (2), sugestões de aprimoramento para a Lei 14.701/2023, conhecida como Lei do Marco Temporal, que trata da demarcação de terras indígenas. O encontro, que contou com a participação de diversas entidades, teve como foco o artigo 14 da tratativa, que determina que os processos de demarcação que não foram concluídos até a promulgação da lei devem ser adaptados às novas normas estabelecidas pelo Legislativo.

No encontro, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) apresentou uma proposta para garantir que o artigo 14 preserve o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, mantendo válidos os atos administrativos realizados até a promulgação da Lei do Marco Temporal. A fundação argumenta que a retroatividade da norma pode afetar a validade de atos que, em sua visão, não podem ser desfeitos, como as decisões administrativas já tomadas.

A Defensoria Pública da União, o Ministério dos Povos Indígenas e o PT (Partido dos Trabalhadores), que questionam a constitucionalidade da lei em ações no STF, também defenderam propostas semelhantes, reforçando a preocupação com a retroatividade.

Por outro lado, os partidos Republicanos e PL, que defendem a constitucionalidade da Lei do Marco Temporal, sugeriram que a lei inclua medidas para garantir maior transparência nos processos administrativos de demarcação de terras. Eles destacaram a importância de se tornar mais claro o andamento das demarcações e afirmaram que irão apresentar novas sugestões no próximo encontro.

A Funai, em sua fala, informou que já disponibiliza documentos sobre os processos de demarcação por meio da plataforma SEI (Sistema Eletrônico de Informações) e que está analisando a criação de uma ferramenta de "transparência ativa" no próprio portal da instituição, com o objetivo de dar maior acesso às informações.

Próximo capítulo - O STF agendou novos encontros para continuar o debate sobre a Lei do Marco Temporal. O próximo encontro, previsto para 16 de dezembro, será dedicado à análise dos laudos antropológicos usados nos processos de demarcação. Já o dia 18 de dezembro será reservado para representantes de comunidades indígenas, que poderão expor suas opiniões e discutir temas relevantes para suas etnias.

A Lei 14.701/2023, que foi promulgada em dezembro de 2023, reestabelece a tese do marco temporal, segundo a qual os povos indígenas teriam direito de ocupar apenas as terras que estavam sob sua posse ou disputa desde a promulgação da Constituição de 1988.

A decisão do STF, no entanto, afirmou que a data de 1988 não pode ser usada como referência para definir a ocupação tradicional das terras indígenas. Desde então, várias ações questionando a validade da lei foram ajuizadas, enquanto uma ação pede a declaração de constitucionalidade da norma.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.

Nos siga no Google Notícias