Portela se livra de denúncia por tentativa de golpe, mas segue na mira da PGR
Presidente do PL e suplente de senadora, Aparecido Andrade Portela continua sendo investigado
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou, ao STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Apesar de já ter sido indiciado, Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela (PP), se livrou, neste primeiro momento, de responder judicialmente por articular a tomada do poder e o quebra-quebra em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas foram denunciadas por tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Aparecido Andrade Portela, conhecido como Tenente Portela (PP), inicialmente se livrou de responder judicialmente, mas sua participação será investigada. A Polícia Federal aponta que Portela atuou como intermediário entre Bolsonaro e financiadores das manifestações, usando códigos como "churrasco" para se referir ao golpe. Mensagens interceptadas mostram Portela trocando mensagens com Mauro Cesar Barbosa Cid sobre o planejamento do golpe. Portela nega as acusações e alega inocência.
“A participação de Aparecido Andrade Portela na organização criminosa será objeto de diligências complementares”, diz observação na denúncia contra Bolsonaro, que cita conversa entre o progressista e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Bolsonaro é apontado pela PGR como líder de organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Com as participações individualizadas, todos os demais também foram denunciados por fazer parte da quadrilha responsável pela tentativa de golpe. Se a denúncia for aceita pelo STF, o ex-presidente e os 33 se tornarão réus e passarão a responder a um processo penal no tribunal.
A investigação da Polícia Federal aponta que Portela teria atuado como um intermediário entre Bolsonaro e financiadores das manifestações antidemocráticas. Mensagens interceptadas indicam que ele usava códigos para discutir o planejamento, referindo-se, por exemplo, à tentativa de golpe como “churrasco”.
No dia 26 de dezembro de 2022, por exemplo, o presidente do PL (Partido Liberal) em Mato Grosso do Sul e suplente da senadora Tereza Cristina (PP) pergunta a Cid: “o pessoal q colaborou c a carne, estão me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco. Pois estão colocando em dúvida, a minha solicitação”.
Conforme a denúncia, a troca de mensagens demonstra “que existia a expectativa de novos acontecimentos que poderiam ensejar a descontinuidade da ordem democrática”.
Mauro Cid alimenta a esperança da concretização do golpe em Portela. “Na sua resposta, Mauro César Barbosa Cid fomentou a esperança do interlocutor, revelando que a expressão ‘churrasco’ era o codinome utilizado para o golpe de Estado: ‘ponto de honra! Nada está acabado ainda da nossa parte. Se quiser eu falo com eles… para tirar da sua conta’”.
Ainda conforme descrito na denúncia, “na sequência, reitera a manutenção do plano golpista afirmando que ‘A GUERRA NÃO ACABOU’ e ‘Sei que minha cabeça está a prêmio... sei que posso ser preso... mas pela nossa liberdade vai valer a pena!’”.
A apuração da PF ainda revelou a preocupação de Portela em não ser identificado como organizador, refletindo um ambiente de tensão entre os envolvidos.
Em nota, enviada ao Campo Grande News no dia 12 de dezembro de 2023, Portela alegou inocência e afirmou não compactuar com práticas ilícitas ou antidemocráticas. “Mantenho-me tranquilo quanto aos fatos narrados e confiante de que a justiça demonstrará que não tive qualquer participação nos atos noticiados”, declarou.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.