União renova convênios com missão evangélica campeã em verba federal
Missão Caiuá soma R$ 3,2 bilhões em contratos com o governo
A Missão Evangélica Caiuá, que atua no apoio das ações de saúde à população indígena em Mato Grosso do Sul, teve renovados, até dezembro de 2021, nove convênios com o ministério da Saúde. Os vínculos somam R$ 262 milhões e colocam a entidade no topo do ranking nacional de organizações da sociedade civil beneficiadas por repasses federais em 2019.
Conforme painel de Transferências Abertas do governo federal, associações como a Missão Evangélica Caiuá foram contempladas com R$ 1,5 bilhão em convênios no ano passado. Assim, 17,3% do total distribuído por todo o País ficou com a entidade.
O portal da Transparência do governo federal ilustra que a Missão Caiuá, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, recebeu R$ 2,3 bilhões em recursos da União, de 2014 para cá.
O mesmo portal aponta ainda para 51 acordos vigentes entre a organização e o governo, com valor total celebrado de R$ 3,2 bilhões.
Os aditamentos dos nove convênios foram assinados pelo ministro da Saúde, o campo-grandense Luiz Henrique Mandetta.
Atuação - A Missão Evangélica Caiuá é responsável pelo desenvolvimento das ações de vigilância e assistência à saúde aos povos tradicionais do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Mato Grosso do Sul, por meio da contratação e manutenção nas terras indígenas de profissionais para as equipes técnicas e multidisciplinares de saúde.
A organização prevê atendimento a 83,4 mil indígenas, de oito etnias e 99 aldeias. O principal foco de atuação é na região de Dourados.
Segundo plano, a Missão Caiuá trabalha com 762 profissionais para atendimento aos indígenas, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e até engenheiros.
Desempenho - Porém, relatório de monitoramento da própria entidade sobre as ações no quarto trimestre de 2019, anexado ao portal de convênios do governo federal, indicou nível de alerta nas médias de atendimentos em quatro de cinco áreas - médicos, enfermeiros, odontólogos e auxiliares de saúde bucal.
Pelo documento, só a média de atendimentos realizados por técnicos ou auxiliares de enfermagem foi considerada adequada.
A reportagem procurou a Missão Cauiá, que não retornou até a publicação desta matéria.