Vídeo mostra momento em que onça pega peixe com anzol
As imagens foram registradas entre os dias 10 e 11 de junho no “Barranco do Batomucho”
Vídeo gravado por pescadores mostra momento em que uma onça-pintada pega um peixe com anzol. As imagens foram feitas na semana dos dias 10 e 11 de junho, mas chegaram ao Instituto Reprocon (Reprodução para Conservação) uma semana depois.
A situação foi no local conhecido como “Barranco do Batomucho”, na região do Morro do Azeite, que fica na cidade de Miranda, 201 km distante da Capital. As equipes do instituto e da PMA (Polícia Militar Ambiental) estiveram por lá para realizar inspeções no último final de semana, nos dias 25 e 26, mas só divulgaram na tarde desta terça-feira (27).
Durante a visita ao local, uma onça macho foi capturada, mas não se tratava da mesma que aparece no vídeo. Na região, também foram encontradas fezes do animal com linhas de pesca. Ainda ontem, novas imagens foram recebidas pelo Reprocon, nelas é possível ver a onça que aparece pegando o peixe acompanhada de outras duas que possuem coleiras e já são monitoradas pelo instituto.
“A gente deve organizar novas capturas para poder avaliar todos os animais que estão usando aquele local, porque a gente não sabe quantas onças comeram os peixes e quantos desses peixes estavam com anzol. Então, por isso, a gente está verificando para poder fazer mais ações lá”, disse o pesquisador UFMS/Reprocon, Gediendson Ribeiro de Araujo.
Ele ainda explica que nas novas imagens recebidas, a onça aparenta estar saudável e já pode ter expelido os apetrechos de pesca. Ainda é dito que o maior problema para o animal é a ingestão da linha de pesca, pois ela pode formar um corpo linear e acabar cortando as alças intestinais do animal. Também foi explicado que a onça correria mais risco se ela tivesse comido o anzol sem o peixe.
“Quando a onça come muita comida, o anzol que vai estar preso na boca do animal, acaba que ele pode ser expelido. Diferente do animal que engolir o anzol sozinho. A chance do anzol sozinho ficar preso no estômago ou em alguma alça intestinal é enorme, mas já um anzol que está fisgado no peixe, a parte pontiaguda estava cravada na boca do peixe. E isso pode ter passado por todo trato digestivo do animal e ter saído nas fezes”, relatou.
Gediendson também afirma que essa é a mesma onça que aparece nas imagens, pois o padrão das manchas é o mesmo. As pintas funcionam como uma digital do animal, assim dando certeza aos pesquisadores.
Na última ação realizada, foram instaladas câmeras para realizarem o monitoramento desses animais, mas as imagens ainda serão analisadas. Durante as ações, também são coletados materiais biológicos dessas onças para pesquisas.