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Sábios e fieis, idosos ganham atenção especial e diferenciada no comércio

Liana Feitosa | 15/08/2014 08:00
Sábios e fieis, idosos ganham atenção especial e diferenciada no comércio
Aos 74 anos, dona Evanir não se contenta com aposentadoria e, há nove anos, atua no comércio. (Fotos: Marcos Ermínio)
Aos 74 anos, dona Evanir não se contenta com aposentadoria e, há nove anos, atua no comércio. (Fotos: Marcos Ermínio)

Um jeito mais sereno e cheio de sabedoria faz parte de quase 10% da população de Campo Grande. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população atual é de 832 mil pessoas, o que indica mais de 80 mil pessoas com 60 anos ou mais. Entre esses, há um seleto grupo de 84 moradores que chegaram aos 100 ou já passaram dessa idade, gente que quase viu a nascer a cidade, prestes a completar seus 115 anos. É grupo para o qual a palavra que define o comportamento como consumidor é fidelidade.

"Eles são exigentes. Pedem da gente um pouco mais de paciência e atenção, gostam que a gente explique tudo certinho pra eles. Mas são muito fieis. Se gostam de uma determinada marca, sempre vão comprar aquela marca. Por isso, temos sempre um estoque grande pra atendê-los", conta Carolina Santos, uma das gerentes da farmácia São Leopoldo, centro da Capital.

Benefícios - Habituados a comprar grande quantidade de remédios, que parecem se multiplicar com o avançar dos anos, esse público seleto pode usufruir de descontos em vários estabelecimentos. "Eles compram muitos medicamentos que são de uso contínuo, por isso, acabam se tornando clientes fidelizados da nossa farmácia, o que gera algumas vantagens. Já que sabemos quando o medicamento vai acabar, ligamos pra eles e oferecemos um tratamento vip", conta.

"Eles gostam de um tratamento diferenciado e nós fazemos questão de oferecer isso a eles, até porque são nossos principais clientes. Chamamos pelo nome, oferecemos aferição de pressão e glicemia gratuitamente e temos até manobrista para estacionar o carro deles", completa a gerente.

Marcos Antônio de Castro, gerente de loja de calçados, também garante que dispensado aos clientes da terceira idade é especial. "Nossa loja é de autoatendimento, mas o cliente mais velho quer acompanhamento, quer uma atenção especial. O jovem não se importa muito, se ele achou o calçado bonito, leva. Mas o idoso quer preço bom e, principalmente, conforto", contextualiza. "Por isso oferecemos uma atenção diferenciada e, claro, descontos. Todo cliente idoso pode ganhar desconto aqui", assegura.

Em Mato Grosso do Sul, quase 240 mil pessoas já passaram dos 60 anos. (Foto: Marcos Ermínio)
Em Mato Grosso do Sul, quase 240 mil pessoas já passaram dos 60 anos. (Foto: Marcos Ermínio)

Disposição - A fidelidade do comprador mais experiente também é percebida pelo gerente Mayson Ponce, de apenas 28 anos. "Os clientes de mais idade são os mais fieis à nossa loja. Eles trazem os filhos e netos para se tornarem clientes também", conta.

É na loja de Mayson que a dona Evanir de Deus, de 74 anos, trabalha. Há nove anos atuando como atendente no local, dona Evanir logo dispara: "ficar em casa pra quê? A gente precisa sair, conhecer novas pessoas, conversar, fazer amigos. Ficar muito em casa faz a gente começar a pensar besteira", alega.

Simpática e prestativa, dona Evanir chama a atenção dos clientes mais jovens que insistem em perguntar quando ela se aposentará de vez. "Eu não quero me aposentar tão cedo, não. Gosto de atender as pessoas, gosto dos meus colegas de trabalho. Isso tudo é muito melhor que ficar em casa sem fazer nada", conclui.

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