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Fofos e belos, bichos transformam bairros em "planetas dos macacos"

Reservas até com passarelas viram "planeta dos macacos" na Capital

Juliana Brum | 06/08/2015 08:00
Fofos e belos, bichos transformam bairros em "planetas dos macacos"
Os animais não estranham os curiosos e até fazem pose ( Foto - Marcos Ermínio)
Os animais não estranham os curiosos e até fazem pose ( Foto - Marcos Ermínio)

Cada bairro da Capital guarda seus segredos e maravilhas. Exemplo disso são o Maria Aparecida Pedrossian e o Jardim Ametista em que o visitante consegue o maravilhoso contato com animais silvestres. Neste dois locais quem faz a festa e não pondera as micagens são os macacos - moradores ilustres das matas localizadas nestes dois bairros de Campo Grande.

Para os amantes da natureza e dos animais, não é preciso ter sorte para avistar ali bichos como: as famosas capivaras, que ocupam vários espaços na Capital, como o Lago do Amor e o Parque das Nações; antas, araras, quatis e cotias também podem ser encontrados nas reservas dos macaquinhos.

Ao mesmo tempo que o morar ali é ter o privilégio do contato diário com estes animais, existe também o lado que é necessário tomar uma série de medidas para que o convívio seja sadio.

Os moradores convivem diariamente com os macacos, que são até abusados e entram nas residências atrás de comidas. O aposentado Luiz Carlos Ferreira, 65 anos, conta que casas são cercada para evitar o ataque dos macacos, que vão em busca de banana e alimentos.

Hoje o hobby de Luiz Carlos é fotografar os animais que vivem na reserva perto de casa. Ele estima que a população total de macacos gire em torno de 150 animais na reserva do Maria Aparecida Pedrossian, na saída para Três Lagoas.

Luis mostra o macaco que apelidou de Chicão (Foto - Fernando Antunes)
Luis mostra o macaco que apelidou de Chicão (Foto - Fernando Antunes)
O aposentado teve que colocar uma grade e fechar a cozinha externa ( Foto - Fernando Antunes)
O aposentado teve que colocar uma grade e fechar a cozinha externa ( Foto - Fernando Antunes)

"O Chico é o macaco mais velho da reserva, eu que dei o apelido para ele e o vejo com frequência. Tenho inúmeras histórias engraçadas destes macaquinhos que já fazem parte do nosso dia-a-dia como na noite em que eu estava deitado vendo filme com meus netos, vi um vulto entrar na sala, parar em frente da televisão de repente e segurando em cada mão uma banana", contou. Ele disse que parece que o animal fez questão de mostrar as frutas nas mãos para só depois fugir pela garagem.

No local, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) construiu passarela e túnel para facilitar a passagem dos animais sem o risco de atropelamentos. Os macacos estão acostumados a transitar pela passarela, longe da muvuca e do risco do trânsito embaixo.

Segundo Luiz, ali há várias espécies de macacos como: bugios, pregos e saguis. Ele acha que uma quarta espécie na região, mas que ainda não descobriu e está pesquisando para descobrir qual é.

Outro "inimigo" da região é o grupo de quatis, que também possuem o hábito de revivar as lixeiras das casas em busca de alimentos. 

Macaquinho fotografado na mata próximo a casa de Luis Ferreira ( Foto - Luis Carlos Ferreira)
Macaquinho fotografado na mata próximo a casa de Luis Ferreira ( Foto - Luis Carlos Ferreira)

Segundo o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, Jânio Macedo, a consciência de preservação ambiental é forte na região. A APA (Área de Presevação Ambiental) do Lageado, um dos reservatórios responsáveis pelo abastecimento de água de Campo Grande, fica no bairro. No entanto, quando o meio ambiente ainda não era preservado, antes de 2001, muitas nascentes foram aterradas. Ele avalia que o ecossistema do lugar é um dos mais ricos de Campo Grande.

No Jardim Ametista, perto da Avenida Vitor Meireles, também pode se avistar os primatas. As pessoas param os carros e se divertem com os macaquinhos, que posam para foto, pegam bolachas e alimentos oferecidos pelos curiosos de plantão.

"Moro perto, mas hoje é a primeira vez que decidimos parar e brincar com estas fofuras", derreteu-se o atendente Marília Lopes, 32.

Segundo o major Edmilson Queiroz, da PMA (Policia Militar Ambiental), a Capital tem três espécies de macacos: prego, sagui e bugiu. "Felizmente em Campo Grande existem bastante reservas em parques próximos aos córregos e não recebemos muitas reclamações de invasões dos primatas em residências. A última apreensão foi em Miranda, que no local um família mantinha em cativeiro um macaco prego", declarou.

Campo Grande, com 847 mil habitantes, cresce conciliando a verticalização, com o crescimento no número de prédios verticais, o avanço do perímetro urbano e mantendo as reservas, onde vivem os macacos, as araras, as capivaras, os jacarés, .... quase o portal do Pantanal.

Curiosos aproveitam a pose dos bichanos e fazem inúmeras selfs ( matéria - Juliana Brum)
Curiosos aproveitam a pose dos bichanos e fazem inúmeras selfs ( matéria - Juliana Brum)
Acostumados comem na mão ( Foto - Juliana Brum)
Acostumados comem na mão ( Foto - Juliana Brum)
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