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Campo Grande 116 Anos

Igrejas viram "GPS" para guiar os perdidos pelas ruas e avenidas

Filipe Prado | 04/08/2015 08:00
Igrejas viram "GPS" para guiar os perdidos pelas ruas e avenidas
A assembleia fica na Afonso Pena com a Rua João Rosa Pires (Foto: Fernando Antunes)
A assembleia fica na Afonso Pena com a Rua João Rosa Pires (Foto: Fernando Antunes)

Frequentar as missas ou cultos em Campo Grande vale mais do que decorar o mapa do município, na hora de se aventurar pelo trânsito da Capital. Os pontos de referência mais famosos da cidade são igrejas, católicas ou evangélicas, que neste 116 anos do município deixaram de ser locais para o agrupamento de cristão, para serem indicação de trajeto ou até “nomes populares” de ruas.

A Igreja Universal do Reino de Deus, na Avenida Mato Grosso entre as ruas José Antônio Pereira e Padre João Cripa, é um destes pontos de referência. Um dos maiores templos da cidade, não há desculpas para não ver o prédio monumental, que ocupa uma quadra inteira.

O taxista Rosevelt Robson, 45 anos, trabalha em frente ao templo. Quando está nas ruas, muitas pessoas o procurar para pedir informações, sendo que sempre usa Universal para indicar o caminho. “Eu utilizo bastante. São lugares bem populares”, comentou. “As pessoas reconhecem fácil”, complementou sobre a igreja.

Na Avenida Afonso Pena dois templos também são usados para indicação, o da Assembleia de Deus e a Igreja Nossa Senhora Perpétuo Socorro. Os locais são tão populares que muitos não sabem os nomes das ruas paralelas às igrejas. “Eu não sei o nome”, relatou o agente interno Michael Douglas Gomes dos Santos, 24, sobre a Rua Alexandre Farah. “Nós usamos como rua lateral a Perpétuo Socorro”.

O prédio, criado em 1941, é o mais antigo de Campo Grande, sendo de fácil localização, até pela arquitetura. A autônoma Luciene de Oliveira, 26, vende pipoca em frente ao templo nos dias de novena, às quartas-feiras, e no Parque das Nações Indígenas. Quando não está na Perpétuo, ela usa a igreja como ponto de referência para explicar caminhos.

A Santo Antônio afetam diretamente os lucros de Gledson (Foto: Fernando Antunes)
A Santo Antônio afetam diretamente os lucros de Gledson (Foto: Fernando Antunes)

“O bom é que a pessoa não fica perdido. Quando ela sai do bairro e pega a perpétuo como referência, ela sai direto no centro e já sabe certinho para onde vai. Fica muito mais fácil”, analisou a autônoma. Cerca de 20 mil fieis participam das novenas semanalmente.

Um pouco mais a frente, o grande templo da Assembleia de Deus indica a entrada para a Praça das Araras. O nome da rua, João Rosa Pires, ninguém sabe ao certo, somente que a via fica ao lado do templo. “A igreja é de fácil identificação. Ajuda bastante”, comentou o autônomo Paulo Arcanjo, 72.

A Associação Brasileira da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias também é conhecida pelos motoristas como referência na Avenida Júlio de Castilho, mesmo que seja pelo nome “Igreja dos Mórmons”, assim como a Paróquia São Francisco de Assis, na 14 de julho, e a comunidade cristã El Shadai, Mato Grosso.

Rosevelt apontou que para os taxistas estes pontos de referência são uma “mão na roda” e ajudam na hora de identificar quem é o cliente que solicitou o serviço. “Facilita e muito a indicação do ponto de referência”, comentou.

Conhecida por “guardar” o padroeiro da cidade e abrigar vários mendigos em sua praça, a Catedral Nossa Senhora de Abadia e Santo Antônio ou, como é conhecida, “Igreja de Santo Antônio”, é a referência dos comerciantes da região para trazer clientes.

Gledson Damacena, 30, proprietário da loja Augusta Life Store, apontou que o templo de Santo Antônio, localizada no cruzamento da Avenida Calógeras com a Rua 15 de novembro, ajuda, e muito, nas vendas. Com mais de 12 mil curtidas em sua página no Facebook, o empresário sempre usa a catedral como referência para os clientes.

“É uma vantagem para os comerciantes. É um lugar bem conhecido, principalmente por ser o padroeiro da cidade”, analisou. Os clientes online, geralmente, são guiados pelo templo, que fica a poucos metros da loja de Gledson.

O taxista usa as igrejas como ponto de referência (Foto: Fernando Antunes)
O taxista usa as igrejas como ponto de referência (Foto: Fernando Antunes)
A Universal é uma das maiores de Campo Grande (Foto: Fernando Antunes)
A Universal é uma das maiores de Campo Grande (Foto: Fernando Antunes)
A Igreja de Santo Antônio é conhecida pelo santo padroeiro da cidade (Foto: Fernando Antunes)
A Igreja de Santo Antônio é conhecida pelo santo padroeiro da cidade (Foto: Fernando Antunes)
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