Imagens para guardar no coração ou garantir o melhor cartão postal
Uma das primeiras coisas que as pessoas costumam fazer ao viajar e conhecer lugares novos é encontrar os cartões postais, que retratam os pontos turísticos e as imagens mais marcantes de uma região. Campo Grande, ao completar 116 anos, é rica em cenários maravilhosos, deslumbrantes e magníficos.
A Cidade Morena produz imagens que encantam quem gosta da natureza, como o poeta Manoel de Barros. Centenária, conta com prédios históricos, como a era de ouro do trem de passageiros e até a passagem pelo Estado do então presidente Getúlio Vargas.
Para fazer a versão mais moderna dos cartões postais, o Campo Grande News contou com o olhar jornalístico da equipe fotográfica.
A escultura de sobá, que virou patrimônio histórico imaterial da cidade, na entrada da Feira Central, foi captada pelo fotográfo corumbaense Fernando Antunes. “Eu escolhi a Feira Central porque é um local de grande tradição em Campo Grande, acho um lugar legal, tem várias comidas, doces. É bom para ir com a família", justificou.
O campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) encanta pela arborização, presença das capivaras e pelo contato com a natureza que proporciona aos acadêmicos, professores e funcionários todos os dias.
O Lago do Amor, que faz parte do campus e é um dos principais pontos turísticos, mostra a harmonia entre o homem e a natureza, na opinião da fotógrafa Vanessa Tamires. "Eu escolhi o Lago do Amor porque é muito bonito ver a integração e, até mesmo, coragem dos animais silvestres convivendo juntos com as pessoas. Eles não se intimidam e isso é incrível", ressaltou, sobre a presença constante, principalmente, das capivaras.
O motivo do apelido do lago ainda é um mistério. A primeira versão é o formato de um coração. A segunda hipótese é porque é muito frequentado por casais de namorados. Há até uma lenda urbana, de que se transformou em Lago do Amor a partir do flagra feito por um policial, que encontrou um casal com roupas íntimas dentro do carro. Na delegacia, com o casal em apuros, o policial gaguejou sobre o local do flagrante e o marcou, para a eternidade, como Lago do Amor.
Além das capivaras, que passam o dia faceiras e pastando, é possível ver a beleza das garças voando sobre suas águas escuras ou jacarés tomando sol.
Xodó e orgulho do campo-grandense, o Parque das Nações Indígenas encanta pela localização e o constraste da natureza com o urbano, e os edifícios verticais. Além das capivaras, que se comportam como donas do pedaço e não se incomodam com os visitantes, o espaço tem uma variedade de espécies de aves, como quero-quero, coruja, arara, tucano e outros bichos, que nos colocam num cenário igual ao Pantanal.
Quem mora em Campo Grande já não se surpreende mais com os animais que pastam bem próximos à pista de caminhada, mas apesar de não se admirarem, os campo-grandenses não deixam de lado a satisfação de dividir com as capivaras o mesmo ambiente.
Por serem facilmente adaptáveis ao meio urbano, os quatis encantam quem visita o Parque dos Poderes, outro cartão postal de Campo Grande. Construído no meio da Reserva do Prosa, o espaço destinado aos poderes legislativo, judiciário e executivo também reforçam a convivência do urbano e meio ambiente.
Os ipês quebram a monotomia e o cinza do inverno, a estação mais seca e fria do ano. Geralmente, quando o verde dá espaço para o amarelo da estiagem, os ipês de todas as cores surgem para encantar o turista. O cor de rosa encanta tanto, que, a cada ano, o campo-grandense não se cansam de repetir os selfies.
O ipê-amarelo é encontrado em todas as regiões do Brasil e sempre chamou a atenção de naturalistas, poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional. Se o símbolo é do Brasil, a beleza da pátria amada por se encontrada em cada canto da Capital.
Como houve o plantio em todas as saídas, a prefeitura tem até uma estimativa de quantos pés de ipês existem na Cidade Morena. São 18 mil árvores para dar um colorido especial - roxo, branco, cor de rosa e amarelo.
A árvore, que pode chegar a 25 metros de altura, é encontrada em vários cantos da cidade e em bairros diferentes. Primeiro, vêm a florada dos ipês rosas em junho. O amarelo e branco garantem o colorido nos meses de agosto e setembro.
Instalado pela primeira vez em 1933 na Rua 14 de Julho, o Relógio da 14 já foi marco das grandes manifestações populares na Capital.
No entanto, na década de 1970, o monumento foi demolido. A réplica surgiu 29 anos depois e foi reconstruída. No entanto, o Relógio da 14 de Julho voltou para a Avenida Afonso Pena, mas mudou de cruzamento, na esquina com a Avenida Calógeras, também no Centro.
Porém, apesar de continuar sendo um dos símbolos da Capital, o relógio deixou de ser referência de comemorações, no caso de conquista do futebo, que acontece nos Altos da Avenida Afonso Pena. Já dos protestos e manifestações, o ponto de partida passou a ser a Praça do Rádio, que substituiu a Praça Ary Coelho, que deixou de ser referência após ser cercada com grades pelo município.
Um dos prédios mais conhecidos da cidade, situado bem no Centro, a Morada dos Baís foi construída entre 1913 a 1918. Foi o primeiro sobrado de alvenaria erguido em Campo Grande, e durante vinte anos o imóvel foi residência do italiano Bernardo Franco Baís. Depois foi comprado por Nominando Pimentel, passando a ser conhecida como Pensão Pimentel, função que exerceu até 1979, quando a pensão deu lugar à uma alfaiataria.
Em 1995 o imóvel teve seu valor histórico oficialmente reconhecido, foi totalmente reformado e transformado num espaço para exposições, eventos e galeria de arte. Destaca-se no local o espaço Lídia Baís, filha de Bernardo, uma das mais renomadas artistas plásticas de Campo Grande.
Nesta semana, o Sesc assumiu a administração do espaço e promete realizar eventos culturais na Morada dos Baís.
Cada cidade tem os souvernirs com os desenhos que a simbolizam. Campo Grande tem tantos, mas as araras da espécie canindé, que acordam muitos campo-grandenses, não podem ser esquecidas. Assim como o caju está para João Pessoa, capital da Paraíba, e os peixes para Santos, no litoral paulista, as araras canindé e vermelha vivem sobrevoando ruas, avenidas, prédios e casas sem se incomodarem com o barulho e as idas e vindas.
Segundo especialistas, as araras Canindé alimentam-de vários frutos e podem viver de 30 a 40 anos na natureza. Elas encontaram alimentos com facilidade e se reproduzem em troncos de palmeiras mortas.
Acostumadas com a natureza, o convívio na selva de pedra ocorreu aos poucos, desde o início do ano 2000. E fica o enigma, as araras voltaram porque o homem invadiu o habitat ou porque ficam sem alimentos.
Em 2012, foi criado o Projeto Aves Urbanas – Araras da cidade, com o objetivo de estudar a biologia da arara-canindé e as interações desta espécie na cidade (pessoas, trânsito, prédios), bem como utilizá-la como instrumento para educação, ecoturismo e promover a conservação da biodiversidade.
Este trabalho está sendo realizado pelo Instituto Arara Azul, em área urbana de Campo Grande, onde, de julho a dezembro, semanalmente se faz o monitoramento dos ninhos. Filhotes são pesados, medidos e fotografados. Antes de voarem os filhotes são anilhados, microchipados e tem material biológico coletado.
Conforme o instituto, o número de ninhos monitorados foi crescendo a cada ano, tendo começado com 2 ninhos em 2010, 16 em 2011, 30 em 2012 e chegando a 54 ninhos monitorados no ano passado. Estima-se que existe mais de 100 aves que nasceram a partir do projeto.
A Praça das Araras é outro ponto turístico tradicional de Campo Grande. Estas gigantescas araras nas cores vermelha e azuis são consideradas como as mais belas do mundo e foram escolhidas para ornamentar o centro da praça por simbolizarem o colorido e exuberância da fauna Mato-grossense e da natureza pantaneira.
Estão situadas no bairro Amambaí, e são obra do artista plástico Cleir Ávila Ferreira Júnior que procurou conscientizar a população para a importância da preservação destas aves, ameaçadas de extinção.
O Parque Florestal Antonio de Albuquerque,mais conhecido como Horto Florestal, é uma agradável área verde localizado no coração do Centro de Campo Grande, com 4,5 hectares. O espaço oferece pista para cooper, praticas esportivas, orquidário e espaços destinado à apresentações teatrais.
Próximo do parque existe o Monumento dos Imigrantes, que foi construído em 1996, e faz homenagem aos fundadores de Campo Grande. Fica exatamente onde começou a cidade e lembra aos carros puxados por bois, quando a família de José Antônio Pereira deixou Minas Gerais para fundar a nova cidade.
Originalmente conhecido como Parque do Prosa, o Parque das Nações Indígenas fica nos altos da Avenida Afonso Pena. Segundo o Governo, o local, com 119 hectares, é considerado como um dos maiores parques situados dentro do perímetro urbano do mundo. A infra-estrutura é adequada para a prática de lazer, diversão e esporte.
Dispõe ainda de quadra de esportes, pátios para skate, patins e bike, sanitários, pista asfaltada para caminhada de quatro mil metros, policiamento e dois lagos. Dispõe também de local para apresentações, Museu do Índio, Museu de Arte Contemporânea, Museu de História Natural e o Monumento do Índio.
Uma grande quantidade de espécies de árvores é preservada, como por exemplo o jenipapo, a mangueira e a aroeira.
Desde o ano da construção, em 1933, o Mercado Municipal de Campo Grande serve
como um dos mais variados e interessantes pontos comerciais da cidade. Sejam moradores locais, das redondezas ou turistas, praticamente todos encontram aqui produtos da terra, sejam doces, hortigranjeiros, queijos, salgados, bebidas, ervas medicinais, e ainda curiosidades e souvenires originais e decorativos, à moda pantaneira, é claro, como pontas de chifre de boi trabalhadas, ideais para o consumo do Tererê.
Falando em decoração à moda pantaneira não custa lembrar que Mato Grosso do Sul tem o maior rebanho de gado de corte do País, com cerca de 23 milhões de cabeças. Graças ao clima propício e às condições geográficas favoráveis sua carne é muito saborosa e pode ser encontrada nos melhores restaurantes do Brasil e mesmo em muitos do exterior.
O Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, foi inaugurado em 7 de março de 1971 e é considerado o maior estádio universitário do País. O palco do futebol sul-mato-grossense fica no campus da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
Outro marco do estádio foi um fenômeno que assombrou os torcedores que acompanhavam o jogo de Operário e Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. Luzes estranhas pairaram sobre o Morenão, em uma suposta aparição de óvnis (objetos voadores não identificados). Na época, 23 mil pessoas viram o fenômeno.
O mirante do Aeroporto Internacional de Campo Grande, localizado na avenida Duque de Caxias nos finais de tarde se transforma em palco de um pôr do sol magnifico. Para o fotógrafo Marcos Erminio, a paisagem também é utilizada para reflexões. "Sempre que estou indo para a casa passo pelo mirante da orla do Aeroporto, e sempre que tem pôr do sol, eu sento e vejo o sol indo embora e reflito, sobre as coisas do meu dia, é muito bonito", ressaltou.
Além de proporcionar momentos de reflexóes para os campo-grandenses, quem optar por viajar nos finais de tardes, poderá contemplar toda a beleza do pôr do sol, que com certeza vai deixar uma vontade grande de voltar a Capital Morena.
Confira a galeria de imagens: