"Estão sendo afastados", afirma secretário sobre policiais suspeitos
Barbosa, no entanto, não informou os números de afastamentos
O secretário de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, admitiu o envolvimento de policiais na “Máfia dos Cigarros” e disse que eles estão sendo afastados. Barbosa, no entanto, não deu detalhes sobre as medidas usadas pelo Estado. Apenas enfatizou estar “cortando na própria carne”.
Barbosa falou com a imprensa na tarde desta segunda-feira (11) em Pojta Porã depois de participar do evento de lançamento de novos sistemas de segurança pública. “De fato, todo mundo tem conhecimento disso”, respondeu ao ser questionado da participação de policiais no contrabando de cigarros do Paraguai.
O Campo Grande News apurou que 34 policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) foram afastados por suspeita de integrar a Máfia dos Cigarros. O secretário, entretanto, negou este número, mas não soube precisar qual seria a quantidade correta. Acrescentou que não são apenas membros do DOF investighados por suspeita de participação no esquema criminoso.
Embora não dê detalhes, Barbosa assegurou que estão ocorrendo afastamentos. “Estamos cortando na carne para afastar esses policiais. Eles estão sendo afastados”, afirmou.
Na avaliação do secretário, a expansão do contrabando de cigarros decorre do elevado retorno financeiro desse tipo de crime. “Dá mais lucro que o tráfico de algumas drogas”, comentou. As altas cifras movimentadas pela transação criminosa de cigarros têm atraído pessoas diversas, entre as quais policiais.
Na semana passada, cinco policiais militares foram presos ontem, em ação da Corregedoria da corporação, por suspeita de cobrar propina para liberar carga de cigarros do 10º Batalhão de Campo Grande.
As investigações começaram no dia 1º de dezembro, quando o sargento Alex Duarte de Aguiar, 38 anos, e o cabo Rafael Marques da Costa, 28 anos, foram presos sob suspeita de cobrar R$ 150 mil para liberar uma carga de contrabando de cigarros avaliada em R$ 1 milhão. No dia, viaturas foram usadas para "cuidar" do caminhão, que ficou retido durante a negociação que resultou no flagrante.