"Greve geral" amplia para cinco dias feriadão de 270 mil alunos em MS
Professores de 73 municípios irão participar de um movimento de “greve geral” contra ações do governo de Michel Temer (PMDB), marcado para esta sexta-feira (11), segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). No dia da manifestação não haverá aulas.
Considerando que o manifesto é na véspera do fim de semana, que dia 14 (segunda-feira) é ponto facultativo e no dia 15 (terça) é feriado de Proclamação da República, ao menos 270 mil alunos da rede estadual e outros milhares dos municípios participantes da greve ficarão sem aulas por cinco dias.
Segundo a Fetems, a reposição destas aulas será conforme regulamentação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aos sábados. Além da paralisação das duas redes públicas de ensino, durante a "Greve Geral", em Mato Grosso do Sul, a educação fará atos regionais nas principais cidades, com a participação dos municípios no entorno. Os municípios farão atos que vão desde audiências públicas até atos de rua.
A mobilização é um ato nacional e contra terceirizações no setor público, o projeto “Escola Sem Partido”, também conhecido como 'Lei da Mordaça', a PEC 55 – que trata do teto dos gastos públicos –, os projetos de lei número 257 – que rege sobre a renegociação das dívidas dos Estados e Distrito Federal com a União –, o 4567 – altera regras para a exploração de petróleo e gás natural do pré-sal –, as reformas da Previdência e do Ensino Médio, a flexibilização do contrato de trabalho e em defesa da lei do piso.
Greve geral - Professores e técnicos administrativos da UFMS (Universidade federal de Mato Grosso do Sul), da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e bancários também confirmaram participação a mobilização, que começa às 8h de sexta. Professores da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) fazem assembleia amanhã e também devem aderir à paralisação.
Em carta encaminhada aos senadores de Mato Grosso do Sul, os sindicatos cobram apoio contra as medidas encaminhadas pelo governo Temer ao Congresso.
“A intensificação dos ataques neoliberais à classe trabalhadora, e aos seus direitos sociais, promovidos pelo governo federal, Congresso Nacional e Judiciário coloca na ordem do dia a necessidade de enfrentamento cada vez mais intenso aos projetos em curso que, se aprovados, trarão enormes prejuízos à população brasileira”, afirma trecho do documento.
De acordo com os manifestantes, a PEC 55, que tramita no Senado – era PEC 241 na Câmara dos Deputados –, indica redução ainda maior dos investimentos no serviço público, especialmente na educação e saúde, por 20 anos.
“Tal redução ocasionará uma profunda precarização do trabalho e do atendimento à população que depende necessariamente dos direitos sociais garantidos na Constituição Federal e que serão destruídos caso a PEC seja aprovada”, afirmam os servidores e sindicalistas de MS.
O movimento também critica o que chama de “contrarreforma da Previdência e trabalhista”, a reforma do ensino médio, a “Lei da Mordaça” (escola sem partido) e outros projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional “e que confrontam o interesse das trabalhadoras e trabalhadores, especialmente da educação”.
Para demonstrar insatisfação com as medidas e lutar contra a retirada de direitos, as categorias apontam a necessidade de intensificar a mobilização em conjunto com outros segmentos da classe trabalhadora, movimentos sociais e estudantil.
“Conclamamos os senadores de Mato Grosso do Sul a defenderem a educação pública e os direitos sociais e trabalhistas conquistados de forma democrática, votando contra a PEC 55, denominada PEC do fim do mundo pelos movimentos sociais, sindicais e estudantes”, afirma o documento.