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Cidades

À espera da alta, a vida de quem vai ver 2017 chegar pela janela do hospital

O filho de Jenifer tem pouco mais de dois anos e há meses intercala internações na Santa Casa e Hospital Regional, ele tem um tumor na cabeça.

Christiane Reis | 27/12/2016 07:28
Jenifer passa os dias lendo a bíblia e conversando com filho que está internado. (Foto: Christiane Reis)
Jenifer passa os dias lendo a bíblia e conversando com filho que está internado. (Foto: Christiane Reis)

“Este Natal foi daqueles.... ele não tem previsão de sair, então não faço planos para a passagem de ano. Fico aqui com ele o tempo que for necessário”, diz a dona de casa Jenifer Leborina, 26 anos. O filho dela tem 2 anos e em maio os médicos diagnosticaram um tumor na cabeça. Em julho o bebê operou e de lá para cá as internações são frequentes, às vezes no Hospital Regional outras na Santa Casa. Na terça-feira (20) ele chegou à Santa Casa, para mais uma internação, e não há previsão de alta.

Com os movimentos um pouco comprometidos e traqueostomia - intervenção cirúrgica que consiste na abertura de um orifício na traqueia e na colocação de uma cânula para a passagem de ar – o choro é silencioso, a risada também. Mas a mãe garante ele reage quando ela lê a bíblia. “Percebemos a alegria dele quando canto e leio a palavra. E assim vamos passando os dias, eu converso e interajo e à maneira dele, ele reage”, diz a mãe.

Ela lembra dos dois fins de ano que passou em casa com o primeiro e único filho. “O primeiro ano ele era bebê, mas no ano passado já andava, falava e brincava. Agora ele está assim, acamado, mas eu tenho fé de que ele vai sair logo e que passaremos muitos finais de ano felizes e em casa”, complementa Jenifer Leborina.

Fabiano Ferreira está internado desde o dia 19 e não tem previsão de alta. (Foto: Christiane Reis)
Fabiano Ferreira está internado desde o dia 19 e não tem previsão de alta. (Foto: Christiane Reis)

Acima do peso – Outra família que passou o Natal no hospital e deve virar o ano no mesmo cenário é a do confeiteiro Fabiano Ferreira, 36 anos. Pesando 300 quilos e com histórico de Erisipela, ele precisou ser levado às pressas para a Santa Casa, no dia 19, com suspeita de fratura no tornozelo direito.

A suspeita não foi confirmada, mas os médicos diagnosticaram que os rins não estavam funcionando e ele precisou ficar mais tempo no hospital para tratar dos rins e da Erisiplea. Ele fica na companhia da mãe, Izildinha Ferreira.

Dona Izildinha tinha ido em casa no horário que a reportagem visitou o hospital, mas Fabiano contou que os dois ficaram juntos no Natal e devem passar a virada do ano no mesmo cenário. “Não faço ideia de quando vou sair daqui, mas o importante é que eu saia bem e sem precisar fazer hemodiálise”, diz.

Fabiano contou que já passou o fim de ano em hospital acompanhando o pai, que não está mais vivo, mas que esta é a primeira vez que ele requer cuidados. “ Eu entendo que o fim de ano é uma época de reflexão, então apesar de estar nessa situação eu tenho feito muito isso. Além do mais eu estou recebendo muita atenção do pessoal do hospital e isso nos ajuda na recuperação”, diz.

Evanilda da Silva acumula anos trabalhando no hospital e diz que já passou vários finais de ano trabalhando. (Foto: Christiane Reis)
Evanilda da Silva acumula anos trabalhando no hospital e diz que já passou vários finais de ano trabalhando. (Foto: Christiane Reis)

Todos juntos – Não são apenas os pacientes que enfrentam as datas especiais no hospital. Médicos, enfermeiros e toda a equipe, divididos em escalas, deixam as famílias para cuidar dos pacientes. No Ano Novo serão 31 médicos – incluindo os especialistas e cirurgiões que ficam de sobreaviso - 200 técnicos de enfermagem e 24 enfermeiros.

A chefe de enfermagem, Rosilaine Alvares Nascimento, 37 anos, já perdeu as contas de quantos finais de ano passou no plantão do hospital. “ Conseguimos tornar o dia de Natal e Ano Novo dias de confraternização. Já estamos acostumados. Esta é a profissão que escolhemos e a executamos com muita dedicação”, conta ela, que tem 20 anos de Santa Casa.

A enfermeira Evanilda da Silva, 42 anos, está há dois neste cargo, mas tem 17 anos de técnica de enfermagem. Em 2016 ela ficou na escala diurna. “Bom é almoçar com a família, mas gostamos da profissão, então acaba nem tendo tanta dificuldade”, diz.

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