Ação em MS será elo entre haitianos e embaixada para obter visto
Uma parceria entre o governo do Estado e o MPT (Ministério Público do Trabalho) vai auxiliar os haitianos que vivem em Mato Grosso do Sul a obter visto de permanência. A ação também vai permitir saber o número de imigrantes, que gastam até R$ 9 mil numa viagem atravessada por coiotes (que atuam na imigração ilegal) até chegar ao Brasil.
“Fomos procurados há dois meses pela Embaixada do Haiti, que pediu auxílio para renovar os vistos de haitianos. Eles vieram por questão de emprego, principalmente no início das obras do Aquário do Pantanal”, afirma a titular da Sedhast (Secretaria estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), Elisa Cleia Nobre.
A secretaria vai receber os documentos e enviar para Brasília. Os haitianos devem entrar em contato com a Casa de Cidadania por meio do telefone (67) 3382 9788. Após se certificar de qual tipo de documento precisa levar, a pessoa deve se dirigir ao local, na rua Cândido Mariano, 713, em Campo Grande. O horário de atendimento vai das 13h às 17h30.
Nos dias 18 e 19 de agosto, o serviço será levado a Itaquiraí. A ação também será realizada em Três Lagoas, mas a data ainda não foi divulgada. De acordo com a assistente social Rosângela Rodrigues de Araújo, a viagem do Haiti, assolado por uma miséria crônica, ao Brasil custa R$ 9 mil, valor majorado pela ação dos atravessadores. É preciso cruzar as fronteiras da República Dominicana, Panamá, Equador, Peru. O ingresso no Brasil é pelo Acre.
Em Mato Grosso do Sul, a primeira parada foi há dois anos e em Campo Grande, contudo, com o declínio do fôlego da construção civil, a maioria dos haitianos foi para Três Lagoas e uma parcela menor rumou para a região de Itaquiraí em busca de trabalho em frigoríficos e usinas. A estimativa é de 1.200 haitianos em Três Lagoas; 200 em Itaquiraí e 150 em Campo Grande. Na Capital, o trabalho começou no último dia 7 e atendeu 20 pessoas.
A secretaria calcula gasto de R$ 12 mil na compra de equipamentos para fazer o atendimento e também vai arcar com o custo da correspondência para a embaixada em Brasília. O MPT vai oferecer o intérprete de créole e francês. Conforme Rosângela, alguns procedimentos, como certidão de solteiro e renovação de passaporte têm custos, mas o valor é pago no banco e revertido para a embaixada.
Em geral, a Pastoral do Migrante, ligada à igreja católica, presta o auxílio inicial a quem chega à Capital. A secretaria ajuda com encaminhamento ao emprego, atendimento na rede pública de saúde e doação de cesta básica. Conforme Elisa, a maior dificuldade é a língua. Neste caso, eles têm aulas de português. Mas os imigrantes enfrentam percalços como preconceito e trabalho escravo. No perfil do migrante haitiano, predomina homens, com idade entre 20 e 27 anos.
Veja abaixo vídeo sobre a campanha: