Alvo de 5ª operação, Pavão terá ordem de prisão cumprida após extradição
Droga ingressava no Brasil por Ponta Porã para ser comercializada na Serra Gaúcha
A quinta operação da PF (Polícia Federal) contra o narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenez Pavão vai ter que aguardar a extradição dele de Assunção (Paraguai) para o Brasil, prevista no mês de dezembro. Quando acontecer a transferência, será cumprido o mandado de prisão preventiva da operação Coroa, realizada hoje (dia 29) em Caxias do Sul (Rio Grande do Sul) e Ponta Porã.
De acordo com o delegado Roger Soares Cardoso, o fornecedor da droga era Pavão. “Ele vendia droga a partir do presídio. Ele já vem sendo investigado pela Polícia Federal do Rio Grande do Sul ao longo dos anos. Existe um mandado de extradição da operação Matriz, que deve ser cumprida em dezembro”, afirma.
A droga ingressava no Brasil por Ponta Porã para ser comercializada na Serra Gaúcha. Pavão já foi alvo de outras quatro operações: Matriz, Panóptico, Suçuarana e Argus. Na cidade de MS, foram cumpridos quatro mandados de prisão e cinco ordens de busca e apreensão.
Durante as investigações, iniciadas em março, foram apreendidas mais de 4,6 toneladas de drogas (cocaína e maconha), em ações realizadas nos municípios de Veranópolis( RS), Maringá (PR) e Campo Grande (MS). Dois caminhões e um automóvel utilizados no transporte também foram apreendidos e três homens presos em flagrante.
Calcula-se que o lucro obtido a cada carga de cocaína chegue a meio milhão de reais, o que possibilitava uma vida de ostentação a um dos líderes do grupo. O nome Coroa é porque um dos investigados demonstra admiração por esse objeto, expressada através de tatuagens e imagens.
Pavão - Apontado como um dos maiores criminosos em atuação no país vizinho e acusado de se associar ao PCC (Primeiro Comando da Capital) para eliminar o ex-sócio Jorge Rafaat Toumani – morto a tiros de metralhadora, numa ação cinematográfica em junho do ano passado – Pavão assumiu, mesmo da cadeia, o controle do tráfico de drogas e armas do Paraguai para o Brasil.
De acordo com relatório encaminhado pela Justiça do Rio Grande do Sul para a juíza paraguaia Lici Sanchez, 850 quilos de cocaína e 420 quilos de maconha retidos em 12 apreensões feitas nos últimos meses tiveram Jarvis Pavão como responsável pelo envio ao território brasileiro.
Ainda segundo o documento, Pavão comandava o narcotráfico da cela luxuosa que tinha construído no presídio de Tacumbu e continua fazendo o mesmo do quartel de um grupo de elite da Polícia Nacional, para onde foi levado em julho do ano passado.
Há um mês, o governo paraguaio descobriu um plano para resgatar Pavão. A segurança no quartel onde ele está preso foi reforçada por homens das Forças Armadas paraguaias e o comando do grupo tático que cuida da escolta foi trocada.