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Cidades

Após frio recorde, sul-mato-grossense sofre com "clima seco de deserto"

Viviane Oliveira e Edivaldo Bitencourt | 29/07/2013 20:13
Os amigos, Murillo (da esquerda) e Rafael (da direita) afirmam que já começaram a sentir os efeitos do ar seco. (Foto: Cleber Gellio)
Os amigos, Murillo (da esquerda) e Rafael (da direita) afirmam que já começaram a sentir os efeitos do ar seco. (Foto: Cleber Gellio)

Depois do frio intenso, o campo-grandense começa a sentir as consequências da baixa umidade relativa do ar que começou a cair, por conta da escassez de chuva, no fim de semana e a tendência é ficar cada dia mais baixa, em todo Estado. Nesta segunda-feira, o sul-mato-grossense enfrentou clima de deserto, com a umidade relativa do ar ficando no nível considerado de emergência, em 13% em Costa Rica.

Hoje, por exemplo, em Campo Grande a umidade ficou em torno de 20%, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Além do frio, o campo-grandense enfrentou grande variação na temperatura, que oscilou entre a mínima de 10ºC e 29ºC.

A situação foi ainda mais crítica em Costa Rica, que teve umidade relativa do ar de 13%, o terceiro índice mais baixo do País. O clima ainda foi bastante seco em Chapadão do Sul (14%), São Gabriel do Oeste (16%), Cassilândia (17%) e Sonora (17%).  O primeiro lugar ficou com o município de Ituiutaba, em Minas Gerais, com 11%. 

A organização Mundial da Saúde considera como ideal a umidade acima de 60% e considera estado de atenção, quando a umidade cai abaixo de 30%. As crianças e os idosos são os que mais sofrem com o tempo seco nesta época do ano. Quando o nível fica abaixo de 20%, é considerado estado de emergência.

De acordo com um levantamento divulgado pela Uniderp/Anhanguera, os principais sintomas causados pela baixa umidade são ressecamentos das mucosas da pele, irritações no nariz e olhos, bronquites, asma e infecções pulmonares além da sensação de sede. Nas crianças o sistema imunológico ainda não está completamente formado e nos idosos, o problema se dá devido à deficiência imunológica.

Mesmo com tempo seco, Kayke e Ana Clara se divertem no parquinho. (Foto: Cleber Gellio)
Mesmo com tempo seco, Kayke e Ana Clara se divertem no parquinho. (Foto: Cleber Gellio)

O casal Jeffrey Rodrigues de Oliveira, 29 anos, e a esposa Ana Dirce Ceriqueira, de 26 anos, conta que durante o dia bebe muita água e à noite usa umidificador de ar para driblar os sintomas causados pela baixa umidade.

Pai de duas crianças, Kayke, 9 anos, e Ana Clara, 5 anos, Jeffrey diz que os cuidados são redobras para evitar que os filhos fiquem doentes nesta época. “Sempre estou oferecendo água e suco. O jeito é inventar e fazê-los beber muito líquido”.

Tomando tereré no parque Itanhangá, os amigos Murillo Amorim, de 25 anos, e Rafael Saad, de 28 anos, afirmam que já começaram a sentir os efeitos do ar seco. “A gente percebe isso na hora de andar de bicicleta porque o fôlego acaba mais rápido”, conta Murillo.

Ainda conforme estudo divulgado pela universidade, para quem gosta de atividades físicas ao ar livre o melhor horário é no final do dia. Já para quem gosta de academias o ideal é que o ambiente seja climatizado.

Segundo o centro de meteorologia da Uniderp/Anhanguera, a terça-feira (30) será quente com predomínio do sol e a umidade relativa do ar deve continuar caindo. Em Amambai, Sete Quedas, Naviraí, Tacuru, Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Aquidauana, Anastácio, Miranda, Campo Grande e Terenos, a umidade deve ficar abaixo de 18%.

Entre 24% e 28% em Jaraguari, Coxim, Camapuã, Costa Rica. Já Corumbá e Ladário vão registrar 33%, segundo previsão divulgada hoje.

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