ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Bando de Major Carvalho fraudou herança milionária

Redação | 24/11/2010 08:06

A Operação Vitruviano, que a Polícia Federal desenvolveu nesta madrugada em Mato Grosso do Sul, foi para desmantelar quadrilha chefiada por um personagem bastante conhecido no Estado, o ex-major da Polícia Militar Sérgio Roberto de Carvalho, já condenado por tráfico internacional de drogas, e atualmente preso por envolvimento na máfia da jogatina, no Instituto Penal de Campo Grande.

Dessa vez, o Major Carvalho, como ficou conhecido, é acusado de chefiar outra quadrilha, responsável por operações fraudulentas para ficar com a herança de Olympio José Alves, um milionário que vivia em São Paulo e morreu em 2005, deixando sem herdeiros uma fortuna estimada em mais de R$ 100 milhões.

Segundo a Polícia Federal divulgou, a operação envolveu 120 policiais, no cumprimento de 20 mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão, em Campo Grande, Dourados e Caarapó. O grupo teria movimentado de 2002 a 2006 mais de 110 milhões de reais.

Entre os presos, estão policiais militares e advogados. A prisões dos advogados foram acompanhadas por representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), segundo a PF.

Os nomes não foram divulgados. O maior número de prisões foi em Campo Grande, 13, onde também foram 10 mandados de busca e apreensão. Em Dourados, foram 6 prisões e 2 mandados de busca e apreensão e em Caarapó foi feita uma prisão e uma ação de busca e apreensão.

A apuração - A investigação, conforme a PF, começou em 2008, e evidenciou a utilização de várias empresas de fachada com intensa movimentação financeira de origem injustificada. Os levantamentos policiais indicaram que essas empresas movimentaram, só entre 2002 e 2006, mais de 110 milhões de reais.

Inicialmente, o que se investigava era o crime de lavagem de dinheiro, decorrentes dos crimes de tráfico de drogas, contrabando e evasão de divisas praticados pelo grupo chefiado por Sérgio Roberto de Carvalho.

Durante as apurações foi descoberta uma negociação fraudulenta envolvendo a compra e venda de uma usina de cana-de-açúcar localizada em Juscimeira, no Mato Grosso, e ainda, a simulação de um litígio na Comarca de Anaurilândia, a 367 km de Campo Grande, como forma de fraudar a espólio de Olympio. Nessas operações, a quadrilha conseguiu se apossar de 3,9 milhões de reais em julho de 2007. O dinheiro foi pulverizado entre várias pessoas para dificultar o rastreamento pelos investigadores.

O litígio em Anaurilândia envolvia Olympio, apesar de já falecido. O processo correu à revelia do inventário em trâmite sigiloso na 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de São Paulo/SP.

A PF considera que, com essa operação, encerra as investigações que "desvendaram a organização criminosa liderada pelo Major Carvalho, no que tange à prática de crimes de lavagem de dinheiro, identificando os componentes como responsáveis pelo golpe à herança milionária feito com a utilização indevida do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul".

Os crimes - A Polícia Federal informou que tem 17 inquéritos instaurados para apurar crimes cometidos pelo ex-major de diversas naturezas, como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, contrabando, tráfico de drogas, exploração de jogos de azar, estelionato, entre outros, registrados desde a década de 1980.

O nome da operação foi inspirado em uma teoria do arquiteto romano Marco Vitruvio Polião, que, usando um raciocínio matemático, discorreu sobre as proporções perfeitas do corpo humano.

Nos siga no Google Notícias