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Capital

“É uma dor inenarrável”, diz mãe de advogada morta em acidente

Corpo da jovem está sendo velado no cemitério Jardim das Palmeiras, que fica na Avenida Tamandaré, n 6934, no Bairro Lagoa da Cruz

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 03/11/2017 10:50
Mãe de Carolina durante o velório da filha  (Foto: André Bittar)
Mãe de Carolina durante o velório da filha (Foto: André Bittar)

"É uma dor inenarrável esta separação, mas na certeza de que estamos todos sob as mãos misericordiosas de Deus". A frase faz parte do texto que Maria Auxiliadora Batista Albuquerque escreveu em homenagem à filha, Carolina Albuquerque Machado, 24 anos, morta em acidente de trânsito, na madrugada de ontem (2º), na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. A despedida foi publicada em rede social por um familiar.

Carolina voltava de um encontro com as amigas, quando teve o carro que dirigia atingido por uma caminhonete, conduzida por João Pedro da Silva Miranda Jorge, 23 anos, que segundo a Polícia de Trânsito trafegava em torno de 160 km/h. Após a batida, o rapaz fugiu sem prestar socorro. O filho de Carolina, de 3 anos e 8 meses, que seguia na cadeirinha no banco traseiro fraturou a clavícula. A criança continua internada na Santa Casa e não corre risco de morte. 

Hoje de manhã (3), durante o velório da jovem no Cemitério Jardim das Palmeiras, Maria Auxiliadora contou que a filha sempre foi muito responsável e cautelosa. “No dia do acidente, antes de sair, ela me encaminhou uma foto mostrando que estava com o cinto de segurança e com o filho na cadeirinha no banco de trás do carro”, conta.

Por decisão dos pais da vítima, o corpo está sendo velado em caixão fechado. Muito emocionada, a mãe relata que foi a única da família que viu a filha depois do acidente. “Pedi para que fizessem a melhor reconstrução do rosto dela, mas não foi suficiente. Decidimos por velar em caixão fechado, porque ela não gostaria de se ver exposta em uma situação decorrente de tamanha violência. Ela era muito vaidosa”, lamenta.

Os pais de Carolina são separados e a jovem morava com a mãe. Segundo a artesã Hélida Machado Holanda, 47 anos, tia da vítima, a sobrinha era muito responsável e cuidadosa com o filho. O enterro do corpo está previsto para às 15h30. A família aguarda a irmã de Carolina, que mora nos Estados Unidos.

Foto tirada horas antes do acidente, mostrando que a criança estava na cadeirinha. (Foto: Álbum de família)
Foto tirada horas antes do acidente, mostrando que a criança estava na cadeirinha. (Foto: Álbum de família)

O engenheiro Lázaro Barbosa Machado, 63 anos, pai da vítima, conta que o sonho da filha era passar em um concurso público. Formada em Direito, a jovem foi aprovada no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em junho. No no último domingo (29) fez a prova do Tribunal de Justiça. Ele relembra do último encontro que teve com Carolina. “Ela estava triste porque havia marcado duas questões erradas no gabarito. “Para a consolar fiz uma peixada”, conta.

Caso - Segundo informações do BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), o condutor da caminhonete trafegava ao sentido Centro em torno de 160 km/h e bateu na lateral do veículo Fox conduzido por Carolina, que segundo informações da polícia, teria furado o sinal vermelho para entrar na Avenida Paulo Coelho Machado.

A pancada foi tão forte, que o Fox parou a 110 metros do ponto da colisão. A caminhonete capotou. Após o acidente, o motorista envolvido no acidente fugiu e até agora não se apresentou à polícia. 

Em nota, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse que vai exigir rigorosa apuração sobre o acidente que matou a advogada. A entidade lamenta a morte de Carolina e reitera os votos de pêsames aos familiares e amigos. "A Ordem cobrará apuração rigorosa dos fatos, principalmente devido à fuga do autor do acidente, que não prestou socorro às vítimas”. 

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