“Espera aí que eu vou te matar”, disse mulher antes de atirar em PM
Perícia faz reconstituição para ver se fisicamente a suspeita conseguiria segurar a porta com uma mão e pegar arma com outra
“Entrei e falei aqui você não vai mais entrar, espera aí que eu vou te matar”. A declaração foi feita por Maria Rangel, 46 anos, durante a reconstituição da morte do marido, o policial militar aposentado Gumercindo Rosa do Nascimento, 74 anos. O crime aconteceu na residência do casal, no bairro Amambaí, em Campo Grande, na última sexta-feira.
Maria Rangel que confessou ter matado o PM narrou que os dois já discutiam no carro, um Cross Fox e quando eles pararam para entrar na garagem, ela desceu.
“Eu desci com o carro ligado, dei uma pancada na porta e ele já estava ali com a barra de ferro, eu entrei correndo para dentro e ele bateu na minha barriga. Eu fiquei com muito ódio de ele me bater”, descreveu. Foi neste momento que ela fechou o portão e disse que iria matá-lo.
Hoje a Polícia voltou ao local do crime para reconstituir a dinâmica do ocorrido no dia e tirar dúvidas para complementar o laudo da perícia. “O momento, de como ela tirou a arma, se o cofre estava aberto ou fechado. Vamos ver se é possível fisicamente ela com uma mão conseguir segurar a porta e a outra pegar a arma”, explicou o perito Amilcar Serra.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Miguel Said, foram ouvidas testemunhas e com base da versão dada por Maria Rangel, a perícia está tirando dúvidas para concluir o laudo.
“Se condiz com o que foi coletado e encerrando o laudo vamos ouvir mais algumas pessoas e ver se essa versão é realmente o que aconteceu”, disse Said. O delegado completou que é preciso levar em consideração o calor do momento e dos ânimos e a Polícia vai analisar se houve divergência ou não entre a materialidade e o depoimento dado por Maria.
“De qualquer forma a autoria e o motivo estão esclarecidos. Ela confessou que efetivamente disparou, mas são detalhes que precisam ser fechados”, falou.
Durante a reconstituição, Maria Rangel manteve a versão apresentada anteriormente. Ela chegou algemada e permanece presa temporariamente na 2ª Delegacia de Polícia Civil da Capital. A prisão dela, conforme o delegado, ainda pode ser convertida em preventiva. Ela responde por homicídio qualificado pelo emprego e uso de arma de fogo.
Testemunhas já foram ouvidas e parentes e amigos próximos também prestarão depoimento à Polícia sobre como era o comportamento de Gumercindo com Maria. A previsão, segundo a Polícia, é de que o laudo esteja encerrado em uma semana.
Caso – Maria Rangel confessou ter matado o marido, Gumercindo Rosa do Nascimento e se apresentou à Polícia na segunda-feira, três dias depois do crime. Ela alega que agiu por legítima defesa.
Em depoimento contou que o marido queria ter relação sexual com ela à força e também a agrediu com barra de ferro. Ao Campo Grande News, Maria, que tem o apelido de Rogéria, disse que ela e Gumercindo chegavam em casa de carro e ele a mandou abrir a perna com a intenção de molestá-la. “Moça, eu não sei nem como te contar isso, você coloca aí do jeito que achar melhor”, falou a mulher ao começar a contar o que o marido queria.
Segundo Maria Rangel, como não queria atender ao pedido do marido, ela desceu do carro e entrou na residência. Gumercindo pegou uma barra de ferro que era utilizada para trancar o portão e bateu na barriga dela.
Diante disso, conforme Maria Rangel, ela entrou no quarto onde ficava o cofre – que não era trancado - e pegou a arma. Quando ele entrou no cômodo, ela atirou e fugiu e ele morreu no local. O casal estava junto há um ano e 11 meses.