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Capital

“Estava podando todo mundo”, diz mulher de motorista morto em acidente

A esposa de Matheus Oliveira Santos disse ainda que o marido tentou jogar o carro para o acostamento, “mas não deu tempo”

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 17/12/2019 11:04
Local do acidente que matou Matheus Oliveira Santos, de 24 anos, na Avenida Três Barras (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Local do acidente que matou Matheus Oliveira Santos, de 24 anos, na Avenida Três Barras (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Ouvida pela polícia nesta segunda-feira (16), a esposa de Matheus Oliveira Santos, de 24 anos, que morreu em acidente na Avenida Três Barras, em Campo Grande, disse que o condutor da Ford Ranger que atingiu o carro ocupado pelo casal estava “podando todo mundo”. A mulher, de 28 anos, prestou depoimento logo após deixar o hospital na tarde de ontem, e disse ainda que o marido tentou jogar o Chevrolet Corsa para o acostamento, “mas não deu tempo”.

“Na hora entrei em choque, mas minha preocupação era com as crianças”, também relatou a vítima, segundo a delegada responsável, Célia Maria Bezerra da Silva, da 4ª Delegacia de Polícia Civil, nas Moreninhas.

Além do casal, no carro estavam os dois filhos do casal, de 5 e 13 anos, além dos dois irmãos dela, de 13 e 17 anos, situação que também é irregular. O adolescente mais velho também será chamado para depor.

A esposa narrou ainda que só soube da morte do marido no hospital. “Ele estava preso, mas eu lembro dele respirando”, disse no depoimento, conforme reproduziu a delegada. Segundo a responsável pela investigação, a vítima alternava momentos de lucidez com falas muito emocionadas.

O acidente aconteceu na madrugada de domingo (15) e Matheus morreu no local da ocorrência. Segundo os registros da polícia, testemunhas disseram que o desenhista Raphael Antunes de Carvalho, de 37 anos, vinha no sentido bairro/centro, em caminhonete Ford Ranger, e tentou ultrapassagem em ponto entre a rotatória que dá acesso à Avenida Gabriel del Pino e o semáforo com a Rua Felipe Camarão.

Na mão contrária estava o Corsa. O motorista da caminhonete não conseguiu completar a ultrapassagem e bateu de frente com o carro popular.

Conforme o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, Gustavo Carvalho Rocha, o motorista falou que teria tomado “duas cervejas”. Uma garrafa tipo long neck foi encontrada na caminhonete e recolhida pela perícia.

Veículo Corsa, onde estava vítima, ficou destruído e foi parar no canteiro. (Foto: Ailton Cesário/Arquivo)
Veículo Corsa, onde estava vítima, ficou destruído e foi parar no canteiro. (Foto: Ailton Cesário/Arquivo)

Outro lado – Também foi ouvida ontem, a esposa de Raphael. Ela manteve a versão do marido, dizendo que os faróis do Corsa estavam apagados e por isso, só foi possível ver o carro quando já não dava mais tempo de desviar. O motorista disse à polícia que pensou se tratar de uma motocicleta.

De acordo com a delegada, a mulher, de 44 anos, confirmou que os dois haviam bebido. Relatou que eles estavam na casa de um amigo naquele domingo e beberam duas latinhas de cerveja cada na hora do almoço, embora o acidente tenha sido de madrugada e policiais tenham constatado a visível embriaguez do motorista.

A esposa também confirmou que o acidente aconteceu por causa de uma ultrapassagem mal sucedida, mas negou a alta velocidade como disseram as testemunhas. “Ele estava a uns 50 km por hora”.

Célia Maria explica que só a perícia vai determinar a velocidade dos veículos e reais circunstâncias da ocorrência. A delegacia também está atrás de imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado a ocorrência.

“O caso foi registrado na Depac como homicídio culposo [quando não dá a intenção de matar] com agravante de embriaguez, mas isso pode ser alterado [para homicídio doloso]. Estamos esperando perícia do corpo, do local e as análises dos prontuários das vítimas”.

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