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Capital

“Foi um alívio”, diz mãe de Kauan após condenação de professor

O réu condenado a 66 anos e 2 meses de prisão não chegou a ser submetido a júri popular

Viviane Oliveira e Mirian Machado | 29/06/2018 10:40
Com a filha mais nova no colo, Janeta diz que ainda tem esperança de encontrar os restos mortais do filho (Foto: Mirian Machado)
Com a filha mais nova no colo, Janeta diz que ainda tem esperança de encontrar os restos mortais do filho (Foto: Mirian Machado)

Ainda com esperança de encontrar os restos mortais do filho, a dona de casa Janete dos Santos Andrade recebeu com alívio a notícia da condenação do professor Deivid Almeida Lopes, acusado de matar o menino Kauan Andrade Soares dos Santos, em junho do ano passado.

“Ele levou a minha alegria, mas agora vai pagar. Até hoje oro para que fale onde está o corpo do meu filho. Foi um alívio a condenação dele. Porque tem muitos crimes que ficam impune”, diz.

O réu condenado a 66 anos e 2 meses de prisão não chegou a ser submetido a júri popular. A decisão foi tomada em gabinete pelo juiz da 7ª Vara Criminal, Marcelo Ivo de Oliveira, e anunciada na tarde de ontem (28), com base na análise das provas reunidas durante o processo.

Amiga da família de Kauan, a professora Maria José Rainche, 52 anos, espera que o professor fique na cadeia por um bom tempo. “A gente não deseja mal para ele, apenas que pague pelo crime que cometeu”.

Maria José aproveita e faz uma apelo para que a sociedade denuncie casos de abusos. "Nesse momento, em algum lugar, tem uma criança sendo abusada e não tem ninguém fazendo nada".

Quanto a condenação do professor, ela diz que é um exemplo pela vítima ser uma crinça de família humilde. “Quem era o Kauan? Era ninguém. Um menino pobre da periferia". Ainda sem data marcada, a família quer fazer um enterro simbólico em homenagem ao menino.

A criança, que desapareceu no dia 25 de junho, trabalhava cuidando de carros. Preso desde 21 de julho do ano passado, Deivid nega o crime. Ele morava no Coophavila 2, onde era conhecido como professor, pelo fato de já ter lecionado em escola, mas na época do crime, tinha uma banca de capinhas para celulares na feira do bairro.

Conforme relato de quatro adolescentes, o menino foi violentado, antes e depois da morte, e esquartejado por Deivid. O corpo do menino nunca foi encontrado.

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