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Capital

"Hacker" aponta pistoleiros foragidos como matadores de filho de PM

Eurico Santos da Mota foi preso em SC e fez revelação em novo depoimento a força-tarefa

Marta Ferreira e Geisy Garnes | 25/11/2019 22:32
Policia Civil pede aos que souberem o paradeiro dos pistoleiros que entrem em contato pelos telefones acima. (Foto: Divulgação)
Policia Civil pede aos que souberem o paradeiro dos pistoleiros que entrem em contato pelos telefones acima. (Foto: Divulgação)

Preso em Joinville, Santa Catarina, a testemunha-chave do inquérito sobre a execucão por engano do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, o técnico em informática Eurico dos Santos Mota, de 28 anos, não só sabia que o trabalho de hacker para o qual foi contratado poderia resultar em morte. como apontou os responsáveis pelo crime, cometido abril deste ano. Matheus, 20 anos, foi executado, no lugar do pai, o capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, quando manobrava a camionete do PM, na saída da garagem de casa.

Em depoimento no Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assal e Sequestros) na sexta-feira (22), Eurico disse, a cinco delegados de Polícia Civil, que Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, foram os responsáveis pela execução do jovem. Os dois citados são, para os responsáveis pela Operação Omertà, os pistoleiros de organização criminosa existente há mais de uma década em Campo Grande, sob chefia de Jamil Name e Jamil Name Filho, presos em Mossoró (RN).

Depois de fugir por oito meses, Eurico foi preso, no dia 20, e trazido para Campo Grande. Na sexta, foi ouvido pela força-tarefa de delegados e, dessa vez, falou muito mais do que em 23 de abril, quando foi localizado pelo Batalhão de Choque em uma casa nas Moreninhas.

Eurico dos Santos Mota no dia em que foi preso. (Foto: Direto das Ruas)
Eurico dos Santos Mota no dia em que foi preso. (Foto: Direto das Ruas)

Eurico disse, segundo o depoimento de agora, que tinha consciência no que estava envolvido e ter 'certeza absoluta' de que a morte de Matheus foi cometida por Juanil e Zezinho, a mando do 'chefe' do segundo, alguém 'muito grande'. Revelou, ainda, ter tido contato com os dois pistoleiros, pessoalmente e pelo Whatsapp.

No depoimento anterior, na DEH (Delegacia de Homicídios), ele havia negado e sido liberado.
De acordo com o relato feito nas duas ocasioes, foi contratado para localizar em tempo real o capitão da Polícia Militar Paulo Cesar Xavier, pai de Matheus, o verdadeiro alvo da quadrilha. Em um grupo de hackers, fez contato com uma pessoa chamada 'Ceará', que o ajudou com o 'trabalho'. Foram suficientes apenas dois dias para, com apenas o número do telefone anotado, ser fornecida a localização da vítima em potencial, conforme o depoimento.

Depois de passar as informações de “PX”, como o militar é chamado, para os assassinos de aluguel, Eurico testemunhou que chegou a ouvi-los dizerem que precisavam resolver logo a ‘parada'. Mais grave que isso, afirmou que os dois confessaram o crime. 

“PX” seria, conforme a investigação, alvo por ser desafeto da família Name. Diferente da versão anterior, Eurico admitiu que tanto ele quanto 'Ceará' desconfiaram que o serviço era parte do plano de execução de PX. O crime de encomenda "deu errado' e o filho acabou morto. Eurico, no novo depoimento, disse que quer colaborar com as investigações e contou ter fugido por medo de morrer. Ele está com prisão provisória por 30 dias decretada e permanecerá no Garras até segunda ordem.

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