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Capital

“Isso é estratégia”, diz pai de Mayara sobre nova versão de assassino

Para o pai de Mayara, Alziro Lopes do Amaral, o assassino quer apenas se livrar da acusação de latrocínio

Luana Rodrigues | 05/08/2017 10:06
Alziro Lopes do Amaral, em entrevista ao Campo Grande News no dia 30 de julho. (Foto: Marcos Ermínio)
Alziro Lopes do Amaral, em entrevista ao Campo Grande News no dia 30 de julho. (Foto: Marcos Ermínio)

A família de Mayara Amaral, 27 anos, não acredita na nova versão do assassino confesso da violonista, Luís Alberto Bastos Barbosa, de 29 anos. Em entrevista publicada pela revista Veja neste sábado (5), ele diz que agiu sozinho, “movido pelo ódio” e livra da culpa Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos, conhecido como Cachorrão, e Anderson Sanches Pereira.

Para o pai de Mayara, Alziro Lopes do Amaral, o assassino quer apenas se livrar da acusação de latrocínio - roubo seguido de morte. “Isso é estratégia. As provas indicam que ele a roubou. Ele vendeu o carro dela, estava com as coisas dela, com o cartão da poupança dela, e quem conhece a Mayara sabe que ela não entregaria a senha do cartão. Ela não entregou a senha e ele a matou ", considera o pai.

Nesta sexta-feira (4), o advogado de Barbosa, Conrado Passos, já havia dito que com esta nova versão do assassino confesso, a defesa espera mudar a tipificação do crime, voltando-se ao homicídio simples, cuja pena é de 6 a 20 anos.

Desde que o caso veio a tona, há um clamor social para que o caso seja tipificado como feminicídio, que é uma qualificadora de homicídio. No entanto, esta tipificação não foi considerada pela polícia. Até então, o crime é tratado como latrocínio – roubo seguido de morte.

Segundo Alziro, a família também descarta a suposta motivação para o crime. O novo relato do assassino indica que a discussão com Mayara começou porque ele se irritou com a forma como a vítima teria se referido à jovem com quem namora há sete anos.

“Minha filha nunca faria isso. Ela não era de falar mal de ninguém, não era dessas coisas. Eu não acredito nisso, quem conheceu ela sabe que não é verdade”, revela.

O pai diz ainda que apesar da nova versão sobre o assassinato de Mayara, nada mudou dentro dos corações de quem a amava. “O sentimento de revolta é o mesmo, porque nada justifica essa violência toda. A gente fica sem saber o que dizer, o que fazer, apenas aguarda o fim das investigações”, diz.

Nova versão - Segundo o assassino confesso, o crime ocorreu por causa de um rompante de raiva que o acometeu depois de uma discussão com Mayara. Luís Alberto diz que já estava embriagado quando chegou ao motel com a jovem, pois, anteriormente, havia bebido o equivalente a uma garrafa de vodca num bar.

Ensandecido com a forma como Mayara teria se referido à jovem com ele namora há sete anos, Luís disse ter pego o martelo que carregava na mochila e acertado três vezes a cabeça de Mayara. “Não foi planejado, a mochila estava aberta na cabeceira da cama e o cabo estava de fora. Foi um momento de fúria”, disse o assassino.

Ao constatar que Mayara estava morta, ele diz que limpou o sangue do quarto e deixou o motel na manhã do dia seguinte. Luís Alberto contou ainda que tentou enterrar o corpo da violonista em um terreno baldio próximo de sua casa, mas o solo pantanoso impedia que o cadáver ficasse totalmente submerso.

Foi então que decidiu passar em um posto de gasolina, comprou 5 litros de álcool e foi para uma área de pasto em uma região conhecida como Inferninho. Umedeceu o corpo de Mayara com o combustível, espalhou o líquido em volta para simular um incêndio e acendeu o fósforo.

O assassino garante que tentou culpar o amigo, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos, conhecido como Cachorrão, e Anderson Sanches Pereira, porque achou que sua pena seria menor.

O inquérito sobre o caso foi encerrado nesta sexta-feira. Conforme consta no site do Tribunal de Justiça, foi tipificado como roubo seguido de morte e ocultação de cadáver. 

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