Preso por morte de Mayara vai recorrer ao MPE para responder por homicídio
Defesa de Luis Alberto Bastos Barbosa quer mudar tipificação do crime de latrocínio - roubo seguido de morte - para homicídio simples
Depois de ter o depoimento rejeitado pela polícia nesta sexta-feira (4), Luis Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, que está preso pela morte da musicista Mayara Amaral, 27 anos, irá recorrer ao MPE (Ministério Público Estadual) para responder por homicídio simples e não latrocínio – roubo seguido de morte e ocultação de cadáver.
A informação é do advogado do músico, Conrado de Souza Passos. “Vamos esperar a polícia encaminhar o inquérito ao Ministério Público e vamos recorrer ao promotor para ponderar a possibilidade de modificar a tipificação do crime, porque seria uma irresponsabilidade um sujeito praticar um ato e ser processado por outro”, pondera o advogado.
O advogado também pretende solicitar ao promotor que ficará responsável pelo processo um novo depoimento. “Ele pode solicitar que a polícia conclua essa diligência até para que possa analisar melhor o caso”, disse Passos.
A defesa afirma que Barbosa pretende apresentar outra versão sobre o crime. Um relato onde fica claro, segundo o advogado, que a morte de Mayara foi um homicídio simples e não latrocínio.
Questionado sobre qual versão seria esta, o advogado disse que só quem pode contar é Barbosa, quando for autorizado a prestar novo depoimento. “Tenho como regra não dizer nada além do que está no papel, por isso prefiro não revelar. Além disso, só quem pode explicar o que houve naquele dia e é ele mesmo, que estava lá”, justificou o advogado.
Segundo o Código Penal, o crime de latrocínio tem como pena base 20 anos de prisão, podendo chegar a 30 anos. Já para o crime de homicídio simples, a punição é de 6 a 20 anos.
Desde que o caso veio a tona, há um clamor social para que o crime seja tipificado como feminicídio, que é uma qualificadora homicídio. No entanto, esta tipificação não foi considerada pela polícia.
Transferência - Barbosa está numa cela do Presídio de Trânsito de Campo Grande. Nesta sexta-feira, a defesa solicitou que ele retorne à carceragem da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, pois estaria sendo ameaçado por presos.
Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), desde que chegou ao presídio, no dia 27 de julho, Barbosa está no "seguro", um ala onde ficam presos que sofrem ameaças de outros internos.