Preso por morte de Mayara indicou namorada como visitante em presídio
Luis Bastos Barbosa, 29 anos, está no Presídio de Trânsito, onde teve a cabeça raspada, como é praxe
Suspeito de ser o mentor do assassinado na morte da musicista Mayara Amaral, 27 anos, o também músico Luis Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, indiciou sua namorada como a pessoa autorizada a visitá-lo no Presídio de Trânsito de Campo Grande, onde está detido atualmente junto dos dois outros comparsas presos pelo crime, ocorrido no dia 24 de julho.
A informação foi trazida à tona pela ficha de cadastro de entrada de Barbosa no sistema prisional do Estado. Na foto, o músico aparece diferente, com os cabelos raspados e sem barba. O procedimento é praxe na entrada nos presídios. O suspeito aparece identificado pelo apelido recebido ainda na infância: ‘Luizinho’.
Amigos e familiares do suspeito revelaram ao Campo Grande News que Barbosa mantinha um relacionamento de oito anos com a jovem. Segundo a informação, eles compraram bens juntos, como eletrodomésticos e planejavam se casar e morar junto no máximo até o próximo ano.
“Duvido muito que ela soubesse que o Luizinho tinha essa relação com a moça. Na verdade o namoro dele andava desgastado pelo fato dele andar abusando das drogas”, disse um amigo do suspeito.
Parentes ouvidos pela reportagem destacam que na verdade a jovem está abalada com a notícia e se isolou com o ocorrido. “Não é certeza que ela queira continuar o relacionamento depois do que aconteceu. Anda afastada inclusive da gente”, disse um familiar.
O Campo Grande News não conseguiu contato com o advogado Conrado Passos, que defende Barbosa, para comentar as informações até a conclusão desta reportagem.
Inquérito – A delegada Gabriela Stainle, da Defurv (Delegacia Especializada em Furto e Roubo de Veículos), responsável pelo caso, tem até esta sexta-feira (4) para concluir o inquérito sobre o ocorrido. O prazo é de 10 dias por se tratar de envolvidos já presos. Além dos depoimentos, os investigadores querem agora analisar os laudos antes de encaminhar os autos para o Ministério Público Estadual, responsável pela acusação.
A reportagem apurou que amigos de Mayara revelaram à polícia que o crime pode ter sido motivado pelo fato de Barbosa estar devendo dinheiro a Ronaldo da Silva Olmedo, 30, conhecido como ‘Cachorrão’, por comprar drogas.
Na avaliação até aqui da políciai, que manteve as investigações como o de um latrocínio (morte em assalto), ‘Luizinho’ armou com o comparsa uma forma de roubar algum bem valioso de Mayara para quitar o valor, por isso tramaram o crime e a atraíram ao motel.
A própria família da vítima alertara anteriormente que o provável alvo dos suspeitos poderia ser um veículo Duster que Mayara eventualmente usava, não o seu Gol branco modelo de 1992 que seria revendido por apenas R$ 1 mil. Um dos focos da investigação é identificar o receptor do veículo.
Barbosa, ‘Cachorrão’ e o terceiro preso pelo crime, Anderson Sanches Pereira, 31, prestaram depoimento na última quarta-feira (2) e preferiram ficar em silêncio. Os dois últimos não têm advogado instituído para defendê-los até o momento.
A delegada Gabriela deverá se pronunciar oficialmente sobre o caso nesta sexta, após a conclusão da primeira etapa de investigações pela delegacia especializada, no Jardim Monte Alegre (zona sul).