Defurv assume caso e investiga quem compraria carro de Mayara
Delegacia também aguarda laudos, entre eles o que pode comprovar se houve violência sexual
No primeiro dia em que assumiram as investigações do assassinato da musicista Mayara Amaral, 27 anos, nesta sexta-feira (28), policiais da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) fizeram uma reunião para traçar a linha de atuação no caso, após a prisão dos três autores, incluindo o jovem considerado mentor, Luís Alberto Bastos Barros, 29, com quem a vítima manteve um relacionamento.
Segundo apurou o Campo Grande News, uma das prioridades da delegada Gabriela Stainle, responsável agora pelo caso, será apurar quem seria o receptador que compraria o carro de Mayara. O veículo um Gol modelo início dos anos 1990, por R$ 1 mil, seria vendido conforme os presos relataram em depoimento na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, onde o crime teve seus primeiros desdobramentos.
A polícia também aguarda o resultado da perícia no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) para saber se houve sexual no motel onde foi assassinada. O caso, no entanto, segue investigado como um latrocínio (morte em assalto).
Durante esta manhã, uma equipe de investigadores, a delegada Gabriela e o delegado titular da Defurv, Gustavo Adolpho Bianchi Ferraris, estudaram os passos tomados até agora no inquérito do caso. Não está descartado que os suspeitos prestem novos depoimentos sobre o fato. O trio já está detido no Presídio de Trânsito da Capital, no Jardim Noroeste (zona leste), após a Justiça acatar o pedido de prisão preventiva.
Gabriela e Ferraris deverão se pronunciar oficialmente sobre o caso somente após algum tipo de avanço nos trabalhos.
O caso - Mayara estava desaparecida desde segunda-feira (24), quando saiu com duas amigas para ensaiar com sua banda, da qual Luis Alberto fazia parte.
Na terça-feira à noite, a mãe dela procurou a polícia após receber mensagem - provavelmente de uma pessoa se passando pela vítima. “Você está onde agora? Ele é louco mãe. Está me perseguindo. Estava na casa dele e brigamos feio”, diz uma das mensagens, que seria uma tentativa do trio de incriminar o ex-namorado da jovem. Quando essa mensagem chegou, o corpo já tinha sido encontrado, mas até então estava sem identificação.
A vítima foi localizada por moradores às margens da rodovia que dá acesso à cachoeira do Inferninho, na região norte de Campo Grande. Estava só de calcinha e com parte do corpo carbonizado, o que pode ter sido uma tentativa de dificultar as investigações e a comprovação de crimes como estupro.
De acordo com a delegada Priscilla Anuda Quarti Vieira, que atendeu inicialmente a ocorrência, havia sinais de pancadas na cabeça de Mayara e a investigação indicou que um martelo foi usado.
Além de Barros, outros dois homens foram presos suspeitos de participarem do crime. Segundo a investigação da Polícia Civil, Ronaldo da Silva Moeda, 30, teria ido ao quarto do motel onde o músico havia marcado de se encontrar com Mayara.
As circustâncias em que tudo ocorreu não foram esclarecidas ainda. A Polícia Civil não divulgou o conteúdo das mensagens encontradas no celular da jovem, que foi apreendido com Luis Alberto.
A Polícia Civil afirma que o trio premeditou tudo, inclusive matar a jovem para roubar o carro e objetos pessoais. O corpo foi levado à casa do terceiro acusado detido, Anderson Sanches Pereira, 31, onde chegaram a enterrá-lo no quintal, mas mudaram de ideia e decidiram jogar o corpo na região do Inferninho.
Os três foram indicados por latrocínio e ocultação de cadáver, que tem penas somadas de até 33 anos de reclusão.