Manifestações em MS e SP homenageiam Mayara e discutem feminicídio
Acontece no próximo dia 4 de agosto duas manifestações simultâneas, em Campo Grande e em São Paulo, para homenagear a musicista Mayara Amaral, de 27 anos, morta a marteladas por dois homens e encontrada carbonizada na terça-feira (25) na região do Inferninho, na Capital, saída para Rochedo.
O ato na Capital será feito por familiares da vítima, enquanto que o de São Paulo é organizado pela jornalista Luana Chabib, amiga da família de Mayara. O evento acontecerá no Masp (Museu de Arte de São Paulo) a partir das 16h (horário de MS), ao mesmo tempo que o de Campo Grande.
"No Brasil, 13 mulheres morrem por dia. Queremos ter direito de viver sem medo. São oito estados com mais mortes por 100 habitantes”, conta Luana Schabib. O evento paulistano terá a participação de músicos, advogadas e especialistas em direito da mulher. A agenda final ainda precisa ser confirmada.
Investigação - Um trio - além dos dois que participaram da morte, outro homem que ajudou a ocultar o corpo - de suspeitos já foi preso. Luis Alberto Bastos Barbosa, músico de 29 anos, e teria um relacionamento com a jovem.
Ele teria usado dessa confiança para atrair Mayara para um motel e lá matado a jovem com um martelo, junto a Ronaldo da Silva Moeda, de 30 anos. Depois, ela foi deixada na região do Inferninho.
Movimentos feministas e familiares da vítima cobram que o crime seja tratado como feminicídio, afirmando que há indícios que também houve estupro da vítima. Por ora, a possibilidade também é investigada pela Polícia Civil.
Porém, a linha principal de investigação é de que o caso se trata de latrocínio. Os suspeitos negam o estupro e afirmam que houve relação sexual consensual da vítima. A intenção deles era roubar o carro da vítima e vendê-lo por R$ 1 mil.
Repercussão - O caso repercutiu nacionalmente, gerando várias manifestações pessoais nas redes sociais, a partir de um texto postado pela irmã de Mayara, Pauliane Amaral, no Facebook. Porém, apesar dos milhares de comentários, o debate sobre a questão ainda se mostra esparso.
Com os movimentos marcados para o dia 4, em São Paulo o diálogo contará com textos e discursos, além de análises sobre o crime e sobre o feminicídio, tanto no aspecto legal, como de política pública e sua aplicação. Tais textos estão sendo elaborados por coletivos feministas.