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Abandonado, Parque do Sóter é esconderijo para ladrões, reclamam moradores

Moradora conta que assaltos já viraram rotina na região do parque, visivelmente em decadência

Karine Alencar | 21/02/2022 14:19
Grandes caídas ilustram descasi com parque. (Foto: Marcos Maluf)
Grandes caídas ilustram descasi com parque. (Foto: Marcos Maluf)

O Parque Ecológico do Sóter, localizado no Bairro Mata do Jacinto, tem se tornado cenário de muito medo e insegurança para quem mora e trabalha na região. De longe, se vê os estragos que estão há anos sem qualquer tipo de reparo.

Durante o dia, deterioração, à noite, ruas totalmente escuras sem iluminação pública. Logo na entrada principal, já dá para reparar os portões com grades retorcidas e madeiras tombadas. Além disso, tem o mato que chega a cobrir os pés, com altura de aproximadamente 1 metro.

Os assaltos já são situações recorrentes, conforme relatos feitos ao Campo Grande News. "Segunda-feira mesmo, a casa da minha vizinha aqui do lado foi assaltada. Já é até normal isso acontecer. As ruas aqui em volta estão praticamente todas sem luz e à noite, nem dá para andar e sempre alguém chega aqui e conta que foi assaltado de uma forma diferente", relata a dona de uma loja que fica de frente para o parque, Mayara Lemos, de 26 anos.

Mayara mora no fundo da loja e, há quatro anos, administra a empresa ao lado do marido. "Faz muito tempo que estou aqui e nunca fui roubada, mas porque não conseguiram mesmo. Uma vez, fomos abrir a loja logo cedo e a porta estava sem a maçaneta. Não conseguiram roubar e jogaram ela longe, um vizinho achou e devolveu. Isso porque o material é resistente. De lá para cá, a gente faz inúmeras gambiarras para ninguém invadir aqui", detalha.

Mayara Lemos mostra maçaneta de porta. (Foto: Karine Alencar)
Mayara Lemos mostra maçaneta de porta. (Foto: Karine Alencar)

Na mesma linha, o dono de um trailer localizado em frente ao parque, Heitor Góes, de 35 anos, defende a reforma do parque e o reforço de segurança para conter os crimes praticados no lugar.

"Tem um vão alí onde o pessoal entra e sai a qualquer momento. É preciso ter mais cuidado com o parque. Em cada portaria, uma guarita com um guarda, está muito perigoso aqui", destaca.

Devido aos episódios registrados recentemente, quem usa a área de lazer para caminhar tem ponderado as visitações, como é o caso das amigas Bironice Aragy, 46, e Luciana Curvo, de 48.

"A gente está fazendo caminhada só no período da tarde para evitar ser assaltada", disse uma delas. "Meu marido precisou usar lanterna esses dias para passar por aqui", disparou a outra amiga.

Grades que serviam de proteção para a caixa de areia caídas. (Foto: Marcos Maluf)
Grades que serviam de proteção para a caixa de areia caídas. (Foto: Marcos Maluf)

Projeto

A prefeitura de Campo Grande anunciou ainda em 2019, uma revitalização para o extenso verde, cujo a vencedora da licitação foi a empresa LT Construções e Comércio Ltda.

O valor das obras foi estimado em R$ 600.682,13. No entanto, o prazo para que o projeto fosse concluído era de 24 meses. O texto mirava a reforma das quadras poliesportivas, instalações elétricas, banheiro e toda estrutura, bem como banheiros e guaritas.

Somente neste ano, o Campo Grande News recebeu duas denúncias de moradores por conta da precariedade do lugar.

Em nota, a prefeitura de Campo Grande informou agora já estar providenciando a compra do material para reposição dos cabos de energia furtados e restabelecerá a iluminação na próxima semana.

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