Acampamento tem data para terminar e grupo já procura local da festa
Depois de um mês acampando no canteiro da Avenida Afonso Pena, o grupo que se intitula "contra a corrupção', mas trava especial luta contrária ao governo da presidente Dilma Rousseff, o partido dela, o PT, e o ex-presidente Lula, deixará o local para acompanhar a votação do processo de impeachment da petista, dia 18. Inclusive, já procura local para comemorar a vitória, ou seja, o afastamento de Dilma, que contam como certo.
O acampamento foi montado no dia 16 de março e cerca de 200 pessoas passaram pelas 16 barracas, onde os militantes se revezam em turnos de quatro pessoas. Lucas dos Santos tem 18 anos e está no turno da tarde desta quarta-feira (13). Segundo ele, o acampamento será desmontado no domingo para que o movimento se organize e acompanhe a votação do processo da presidente.
“Quatro barracas vão ser desmontadas para o pessoal ir para Brasília. O restante fica até domingo, quando vamos nos reunir em outro local, ainda não definido, para acompanhar a votação do processo. Depois vamos fazer uma grande festa com carro de som para comemorar”.
O jovem explicou que o sistema de turnos foi feito para que possa ter sempre algum membro do grupo no local. "Muita gente trabalha e tem horários diferentes, então o sistema de rodízio é o mais fácil para que todo mundo possa vir e ficar aqui".
Além de Lucas, estão no local a aposentada Eloísa Lunarde, o servidor público Adriano Coelho e o técnico em informática João Pedro Neves. Eles falaram sobre a conquista do grupo nesse tempo que estão acampando. “Conseguimos o apoio e a conscientização da população. Começamos com cinco barracas e hoje já temos 14 e 300 pessoas em nosso grupo no WhatsApp. O processo de impeachment estava distante e agora, pelo que vi no mapa do Vem Pra Rua, 300 deputados vão votar a favor do processo. Falta muito pouco”.
Mesmo com pessoas que apoiam a causa, o grupo disse ter sofrido com preconceito de parte da população por estar acampado no local. “Não aguento mais ser chamada de desocupada. Passaram esses dias e gritaram para eu ir trabalhar. Será que é difícil entender que eu já trabalhei minha vida toda e agora estou aqui, lutando?” questionou Eloísa.
Enquanto a equipe do Campo Grande News entrevistava o grupo, uma mulher passou pelo acampamento e gritou palavras de ordem em favor a intervenção militar. “Isso nós somos totalmente contra, eles pensam que porque estamos aqui, somos loucos”, disse Lucas aos risos.
De acordo com o grupo, todas as pessoas são bem vindas para participar do acampamento até domingo e acompanhar a votação do processo de impeachment. “O grupo é apartidário, mas as pessoas não são. Recebemos todos que tenham como objetivo a luta contra a corrupção e não aceitamos discursos políticos”, finalizou.