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Capital

Acidentes pelas ruas são frequentes, mas mortes no trânsito tiveram queda

Dados apresentados pela agência de trânsito mostram redução de óbitos desde 2011

Jhefferson Gamarra | 28/07/2023 16:58
Acidentes pelas ruas são frequentes, mas mortes no trânsito tiveram queda
Placa destruída após colisão de veículo no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a José Antônio (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Quase que diariamente a imprensa noticia graves acidentes envolvendo motoristas e motociclistas no trânsito urbano de Campo Grande. Esses episódios corriqueiros, muitas vezes com mortes, chamam atenção e causam “sensação” de insegurança na população. No entanto, números apresentados pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), mostram que a quantidade de óbitos no trânsito da Capital caiu desde 2011, época em que começaram a catalogar os dados.

“Todos os dias acontecem muitos acidentes, mas o fatal chama muita atenção. Tivemos uma sequência de uma semana envolvendo três ou quatro motociclistas. No entanto, os números levantados pela Agetran mostram que os óbitos estão diminuindo. Desde 2011, quando começamos a computar, tínhamos 132 mortes por ano; chegando em 2017, tínhamos 70 mortes no trânsito, isso levando em conta o aumento da população e a frota de veículos”, disse o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, em entrevista ao Campo Grande News.

Acidentes pelas ruas são frequentes, mas mortes no trânsito tiveram queda
Diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, em entrevista ao Campo Grande News.

Conforme os dados apresentados, de 2011 a 2023, foram registradas 1.173 mortes no trânsito na área urbana de Campo Grande, onde possui maior circulação de veículos. Nesse período, houve considerável declínio na passagem de todos os anos, exceto de 2017 para 2018 e também entre 2021 e 2022. (Veja a projeção abaixo)

Na justificativa do titular da agência de trânsito, o aumento nos acidentes fatais em 2017 foi motivado pela falta de fiscalização eletrônica, época em que a prefeitura não renovou o contrato com a empresa e os radares ficaram desativados. Já na passagem de 2020 para 2021, o aumento de óbitos no trânsito foi atrelado à flexibilização nas restrições impostas pela covid-19.

“Em 2017, os acidentes deram uma aumentada quando tiraram os radares no fim do contrato. A gente licitou e os radares voltaram em 2018. Nesse período, aumentou 25% o número de mortes, somando 87 óbitos. Depois, voltaram os radares e deu uma acalmada novamente. Outro momento em que tivemos um pico foi no fim da pandemia, isso aconteceu no mundo inteiro, houve aumento de mortes e gravidade de acidentes, quando acabou a fase das pessoas trancadas em casa, todo mundo passou a beber mais e tivemos um pico, mas estamos novamente reduzindo”, pontuou Janine.

Em 2023 (números atualizados até 27/07), Campo Grande registrou 38 mortes no trânsito. Maio e junho foram os mais letais, com 8 mortes cada. Fevereiro e abril registraram 2 e 3 óbitos, respectivamente. Entre as vítimas, 24 eram motociclistas; 3 ciclistas; 5 pedestres; 3 motorista de veículos e 3 passageiros. (Confira o gráfico abaixo)

Segundo a Agetran, a redução na mortalidade é fruto do trabalho e planejamento de ações do GGIT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito), que envolve instituições de trânsito e entidades que trabalham direta ou indiretamente, como o Batalhão de Trânsito da PM, Agetran, Detran, PRF, PMR , GCM, Secretária de Saúde e de Educação do Estado e Município, MPMS, Agesul, Polícia Civil, entre outros.

“O grupo acompanha e estuda o ‘porquê’ de o acidente em determinado lugar. Por exemplo, a dinâmica do acidente com vítima de trânsito em via reta, plana, de dia e sem chuva. Todo um estudo é feito e podemos saber o local e o horário em que os acidentes estão acontecendo. A parte de engenharia junta esses números e dados para uma tomada de decisão, saber qual intervenção será feita. Às vezes, são coisas muito simples, como uma árvore atrapalhando”, explica Janine.

Acidentes pelas ruas são frequentes, mas mortes no trânsito tiveram queda
Agentes da Agetran sinalizando a região central de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Em relação à fiscalização nas ruas da cidade, o titular da agência enfatiza que o efetivo de fiscais, tanto da Agetran quanto de outros órgãos, é suficiente para garantir a segurança no trânsito da Capital. Tudo isso graças à contribuição da tecnologia, que tem facilitado a identificação de infratores que colocam o tráfego em risco.

“Antigamente, não tinha radar, lombada ou outras tecnologias, o que tínhamos era aqueles cem homens nas ruas. Agora, o equipamento eletrônico faz a função de 10 homens, isso 24 horas por dia. E quando falamos de efetivo não temos apenas a Agetran, temos convênio com a PM, com a Guarda Municipal e agora entraram os agentes de trânsito do Detran. Se somar todos, existe muita gente na rua, temos o quantitativo suficiente juntamente com os equipamentos eletrônicos”, avaliou.

Por fim, o chefe da pasta de trânsito cita a velha máxima de que a segurança no trânsito não depende apenas de decisões governamentais, campanhas educativas ou multas mais altas, uma vez que essas ações não causam qualquer efeito se a mudança não partir dos próprios motoristas, motociclistas, ciclistas e até mesmo pedestres.

“O trânsito não é feito apenas pela Agetran, ele envolve também os motoristas quando estão dirigindo e pilotando. Se não furar sinal, não tem problema, se não andar em alta velocidade, não tem problema. Então, é necessário cada um fazer a sua parte, porque o transito é democrático e de todos”, finalizou.

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