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Capital

Advogado diz que sofreu ameaças e foi chamado de "talarico" por piloto

Munir Jorge prestou depoimento à Polícia Civil após tumulto com vizinho de prédio na Afonso Pena

Viviane Oliveira | 02/01/2020 13:15
Extintor foi usado para quebrar objetos no apartamento da vítima (Foto: Direto das Ruas)
Extintor foi usado para quebrar objetos no apartamento da vítima (Foto: Direto das Ruas)

Em depoimento à Polícia Civil, o advogado Munir Jorge, 56 anos, que teve a casa destruída pelo vizinho, Jonas Mongenot Júnior, 41 anos, piloto de avião, na virada do ano, contou que tudo começou volta das 21h,  quando estava em seu apartamento e passou a escutar barulho de fogos muito alto que durou cerca de 40 minutos. A partir daí, a confusão se formou e teve ameaças e ofensas proferidas pelo vizinho.

Munir disse que, depois de ouvir os fogos, desceu para constatar o que havia acontecido. Antes disso, avisou o grupo de WhatsApp do prédio, pediu apoio, mas foi alertado por um morador que os seguranças não poderiam sair da área do condomínio. O episódio aconteceu no condomínio Jardim do Jatobá, na Avenida Afonso Pena, em frente ao shopping Campo Grande, no Bairro Santa Fé. 

Munir desceu sozinho para pedir que o vizinho parasse, pois havia realizado uma campanha para parar com os fogos em datas comemorativas. Na portaria, se deparou com Jonas e comentou. “Você viu rapaz, estão soltando fogos aqui”? Ele, então, teria respondido. “Fui eu”. Porém, segundo depoimento, Munir achou que fosse brincadeira do vizinho.

Ao passar novamente pela portaria, Munir foi informado pelo guarda que Jonas era o responsável pelo estouro dos rojões. Ele, então, questionou mais uma vez o vizinho sobre o assunto, que segundo depoimento dele, agiu bruscamente respondendo: “Foda-se, eu faço o que eu quiser”? Questionado o porquê estava agindo daquela forma afirmou: “Eu estou querendo de pegar há muito tempo seu talarico."

Na sequência, conforme depoimento de Munir, munido com uma espécie de laser acoplado no chaveiro, Jonas acendeu o objeto e disse: “Vou furar seu olho”. A vítima, então, diz ter sentido uma pequena queimadura e para se defender reagiu desferindo um soco em Jonas, na presença do filho do autor, do segurança e de um morador.

Para acabar com a discussão, o segurança pediu que a vítima se afastasse. Ao subir novamente pelo elevador, Munir foi queimado mais uma vez pelo autor, dessa vez no braço causando um pequeno hematoma. Munir, então, foi mais uma vez para cima do vizinho e o atingiu com um soco. Munir afirma também que foi agredido pela mulher do autor com um taco de basebol de metal dizendo: “Se você encostar a mão no meu marido, eu arrebento sua cabeça”.

Retrovisor de carro quebrado por Jonas (Foto: Direto das Ruas)
Retrovisor de carro quebrado por Jonas (Foto: Direto das Ruas)

Mais problema - Munir relatou ainda que entrou em casa, "pensando que tudo havia acabado", mas na sequência, o interfone tocou e era o vizinho dizendo: “Desce aqui, que eu vou te matar. Se você não descer, eu vou buscar um presidiário para te matar”.

Como Munir não desceu, Jonas subiu arrebentou o quadro de energia, arrombou a porta da cozinha do apartamento de Munir, invadiu o imóvel e danificou vários objetos usando um extintor de incêndio. Sem comunicação pelo interfone, Munir pediu socorro aos vizinhos pelo grupo de WhatsApp.

Jonas ainda foi até a garagem e danificou a motocicleta Harley Davidson e o veículo Mercedes Bens da vítima, que teve retrovisores quebrados e a lataria riscada de ponta a ponta. Muitos cacos de vidros ficaram espalhados pelo local. Após os estragos, o autor tentou fugir, porém foi abordado e preso por uma equipe da Polícia Militar. Na delegacia, Jonas foi indiciado por ameaça, dano qualificado (se o crime é cometido com violência contra a pessoa ou grave ameaça e violação de domicílio, se é cometido à noite, com o emprego de violência ou arma).

Em audiência de custódia realizada nesta manhã, o advogado Jaques Fortes de Andrade, representante do piloto, argumentou que não havia requisitos previstos na lei, como a garantia da ordem pública, para manter o cliente preso. O juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira concordou em libertar Jonas, mas impôs fiança de R$ 100 mil. O valor ainda não foi pago.

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