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Capital

Água gelada é item raro nos terminais de ônibus, reclamam passageiros

Em nota, prefeitura diz que a compra dos bebedouros está em tramitação para todos os terminais

Por Cassia Modena e Caroline Maldonado | 26/10/2023 14:48
Usuária do transporte público bebe água quente no Terminal Morenão, em Campo Grande (Foto: Alison Silva)
Usuária do transporte público bebe água quente no Terminal Morenão, em Campo Grande (Foto: Alison Silva)

Beira o insuportável sair de casa numa temperatura superior a 40ºC para pegar um ônibus lotado, geralmente sem ar-condicionado. O refresco que deveria existir no percurso, a água gelada nos bebedouros nos locais de embarque e desembarque, é item raro.

A reportagem já acompanhou a rotina de passageiros quando onda de calor atingiu a Capital. A equipe esteve nos terminais Morenão e General Osório nesta quinta-feira (26), para ver de perto a sequência de dificuldades enfrentadas por quem depende do transporte coletivo. A situação relatada, segundo os passageiros, se repete em outros terminais utilizados por eles no trajeto para casa.

A auxiliar de cozinha Adriana Carolina, 28 anos, estava no Terminal Morenão à espera da linha 522 (Cristo Redentor) e comentou que gasta cerca de duas horas por dia no transporte público. Ela conta que, no tempo que passa entre um terminal e outro, percebe que tanto os bebedouros quanto os banheiros não têm estrutura ideal para serem utilizados.

Adriana esperando a linha 522 no Terminal Morenão, em Campo Grande (Foto: Alison Silva)
Adriana esperando a linha 522 no Terminal Morenão, em Campo Grande (Foto: Alison Silva)

"Resumindo tudo: quente e ruim. De todos os terminais, aqui (Morenão) e o Aero Rancho são os piores. Eu só tomei a água ali para molhar a boca, não dá pra beber. Sem falar nos banheiros. Sujos! Só utilizo em último caso", contou.

O aposentado José Zito da Silva, 67 anos, utiliza o transporte público há 10 anos e relata que a situação dos banheiros e bebedouros sempre foi péssima. "Todas as águas quentes e isso quando tem. Agora mesmo eu fui lavar apenas as mãos ali, estou com tanta sede que estou 'cuspindo grosso'".

No Terminal General Osório, a atendente Emilly Rodrigues, 18 anos, relatou que não utiliza os bebedouros por conta da falta de higiene. "Alguns amigos e colegas da época da escola relatavam que era comum subirem, jogarem pedras, inclusive até fazerem xixi, por isso nunca arrisquei".

No Aero Rancho, Maria Fernanda da Costa, 40 anos, disse que preferiu ficar com sede a usar um dos bebedouros. Reclamou que, quando a água não está quente, desconfia do cheiro dos recipientes. Também diz que o preço da garrafa é salgado. "Vou matar a sede só em casa mesmo", diz. A média de preço de uma garrafinha de água gelada nos terminais de ônibus de Campo Grande é R$ 2,50.

Emily à espera do ônibus no Terminal General Osório, a caminho do trabalho (Foto: Alison Silva)
Emily à espera do ônibus no Terminal General Osório, a caminho do trabalho (Foto: Alison Silva)

Água quente - O vereador Ronilço Cruz, o "Guerreiro" (Podemos), falou sobre o problema durante sessão na Câmara. Relatou ter recebido reclamações da população que frequenta os terminais General Osório, Nova Bahia, Morenão e Aero Rancho e que apenas os terminais Júlio de Castilho, Bandeirantes e Guaicurus têm equipamentos adequados.

Atualmente, a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) é responsável pela manutenção dos terminais. Em nota, a prefeitura informou que a compra será feita de forma direta, sem necessidade de licitação, pois o valor total, não divulgado, ficou abaixo do teto previsto para um pregão.

Ainda conforme a prefeitura, serão adquiridos novos bebedouros para todos os terminais (Aero Rancho, Bandeirantes, Guaicurus, General Osório, Júlio de Castilho, Morenão, Moreninhas, Nova Bahia) e no ponto de integração Hércules Maymone.

O procedimento foi iniciado pela Agetran, porém, existem algumas etapas que precisam ser cumpridas antes da conclusão do processo. Mas o trâmite já segue na Secomp (Secretaria-Executiva de Compras Governamentais).

Ar-condicionado - Quanto à climatização dos ônibus, o Consórcio Guaicurus, empresa concessionária dos serviços de transporte coletivo em Campo Grande, informou que apenas 14 do total de 473 veículos tem ar-condicionado.

(Colaborou Alison Silva)

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