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Capital

Amante diz que esfaqueou candidato para se defender e descreve relação abusiva

Nesta manhã, mulher passou por exame de corpo de delito: "quero medida protetiva e viver em paz"

Dayene Paz e Cleber Gellio | 27/09/2022 10:29
Daisa no Imol, onde passou por exame de corpo de delito. (Foto: Marcos Maluf)
Daisa no Imol, onde passou por exame de corpo de delito. (Foto: Marcos Maluf)

A blogueira Daisa Silva Garcia, de 29 anos, que esfaqueou o candidato a deputado federal, Saulo Batista (Republicanos), de 40 anos, na tarde desta segunda-feira (26), em prédio residencial de luxo na Travessa Ana Vani, Centro de Campo Grande, afirma que agiu para se defender ao ser sufocada por ele. A mulher ainda disse que não era a primeira agressão e relatou o histórico conturbado do relacionamento.

Daisa conversou com a reportagem do Campo Grande News enquanto aguardava para fazer o exame de corpo de delito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), na manhã desta terça-feira (27). "Estou com algumas marcas no corpo, muita dor de cabeça porque puxaram muito meu cabelo durante a briga. Meu braço está bem inchado, estou muito abalada", disse.

Apesar de manter um relacionamento de três anos com Daisa, o candidato é casado oficialmente com outra mulher, que não vive em Campo Grande, conforme apurado pela reportagem. Segundo a blogueira, quando se conheceram, ele se apresentou como solteiro. "A gente se conheceu em um jantar em São Paulo e começou a namorar. Com cinco dias descobri que ele era casado, foi quando eu tentei separar", conta.

Blogueira conversando com o Campo Grande News nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)
Blogueira conversando com o Campo Grande News nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)

Contudo, a blogueira relata que ele não aceitava a separação. "Sempre falou que meu corpo era exclusivamente dele. Na época terminei e voltei com meu ex-marido, foi quando eu abri um processo, em 2020, porque ele começou a me ameaçar muito e fez uma página chamada 'corno de consórcio', onde começou a mandar nossos vídeos de intimidade".

O relacionamento foi reatado, mas continuou conturbado. "Sempre foi instável, não é a primeira agressão. Ele cuspia na minha cara, nunca me deixou eu sair com os amigos, até para ir na piscina eu precisava da permissão dele. Eu era totalmente dependente, financeiramente e emocionalmente, até para comer eu tinha que pedir o dinheiro, tudo", conta. "Quando a gente brigava, ele ameaçava tomar as coisas que me deu, meu celular, roupas, sapatos, o mega hair", pontua. Por causa da relação conturbada, afirma que chegou a tratar uma depressão.

Um dia antes do esfaqueamento, Daisa diz que foi agredida no apartamento. "Uma noite antes ele tinha me agredido dentro do prédio, o vizinho chamou a polícia. Ontem, eu desci no apartamento para pegar minhas coisas, não imaginava que ele estava lá, porque tinha me mandado uma mensagem que estava indo numa reunião em Ponta Porã".

Daisa afirma que assim que a viu, já passou a ser agredida pelo candidato. "Quando entrei, nem cheguei a subir a escada, ele já desceu, me tacou na parede e começou a puxar meu cabelo porque estava com a mulher". Foi nesse momento, segundo ela, que as agressões se intensificaram. "A mulher desceu a escada só de calcinha e foi onde que peguei no braço dela e os três entraram em briga", relata.

A blogueira descreve que foi prensada na parede, entre a cozinha e a sala, momento em que o esfaqueou. "Puxou meu cabelo, eu passei a mão e nem vi, só fiquei sabendo que era uma facada quando eu estava na delegacia, porque do jeito que eu saí dali, que ele tinha me batido, fui direto na delegacia da mulher. Cheguei lá que eu vi a notícia, até então eu não sabia se era um garfo, o que era que eu tinha passado a mão para poder me defender. Ele estava me enforcando e puxando o cabelo".

Agora, Daisa afirma que quer uma medida protetiva. "Eu só quero viver minha vida tranquila. Quero minha medida protetiva e ficar em paz, só não quero mais ser agredida, só isso", finaliza.


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