Aniversário do PCC faz juiz pedir reforço de segurança em audiência
Facção comemora 24 anos de fundação no dia 31 de agosto
Estão sendo ouvidos na tarde desta segunda-feira (28) os dois adolescentes e um jovem envolvidos na morte de Richard Alexandre Lianho, executado em fevereiro deste ano. Nesta semana, a facção que teria encomendado a morte do rapaz - o PCC (Primeiro Comando da Capital) - comemora aniversário de fundação. Devido isto, e a periculosidade dos réus, o juiz Carlos Alberto Garcete pediu reforço da segurança no Fórum da Capital.
A audiência começou por volta das 13h. Nela serão ouvidos Matheus Gonçalves Martins de 18 anos e dois adolescentes. Não é permitido fazer foto, nem vídeo dentro da sala, mas uma equipe do Campo Grande News acompanhará os depoimentos.
A vítima, conforme os autos, pertencia ao Comando Vermelho e foi executada por manter um relacionamento amoroso com a mulher de um dos integrantes do rival PCC (Primeiro Comando da Capital).
Na ocasião, o rapaz foi atraído para uma emboscada. Permaneceu em cárcere até que foi “julgado” pelos membros da facção via teleconferência pelo celular. Condenado a morte, foi levado até a Cachoeira do Céuzinho, onde foi baleado, teve o corpo esquartejado e acabou jogado em uma ribanceira.
Aniversário - Todos os anos, no dia 31 de agosto, o PCC comemora o aniversário de fundação da facção e costuma festejar a data com ordens de execução e crimes de grande repercusão como, por exemplo, fugas. Por isso, a preocupação com reforço da segurança no Fórum.
Em 2017, a facção completa 24 anos. No ano passado, criminosos fizeram festa no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande para celebrar o aniversário da facção criminosa. Eles divulgaram fotos e áudios da comemoração em grupos de WhatsApp.
Nas imagens e nos áudios, os presos apareciam consumindo bebidas alcoólicas, dançavam ao som de "Baile de Favela" e gritavam cantos de guerra fazendo referência ao slogan 15.3.3, código que significa PCC, formado respectivamente pela 15ª e 3ª letras do alfabeto.
De bonés e roupas de lazer, os internos posaram para fotografias e nem pareciam estar em uma penitenciária de segurança máxima.
Historicamente, a facção paulista tem maioria no Estado. A Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) não divulga os números, “por questão de segurança”, mas, segundo um levantamento feito pelo Campo Grande News junto a fontes ligadas ao sistema de segurança pública e carcerário, de toda a população das prisões do Estado (15.373), ao menos 40%, ou seja, cerca de 6 mil detentos, são membros declarados ou simpatizantes do PCC.