Apae diz que regularizou compra após 22 dias sem bolsas de colostomia
Ministério Público denunciou falta para pacientes, prejudicados depois de diretor ser preso pro corrupção
A Apae admite que denúncia de corrupção no ano passado prejudicou pacientes, mas garante que já resolveu o problema da falta de bolsas de colostomia que, segundo o Ministério Público, estão em falta há 22 dias aqui na Capital.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande informa que realmente o processo de aquisição foi prejudicado após a operação Turn Off, em dezembro do ano passado, que revelou suposto envolvimento do então coordenador técnico do CER/APAE (Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da Apae), Paulo Henrique Muleta, e da supervisora do setor de ostomia do CER/APAE, Kellen Lis Oliveira da Silva em esquema que desviou R$ 68 milhões em contratos com empresas que prestavam serviços e forneciam produtos para a entidade, e também para Secretarias de Estado de Saúde e de Educação.
Os dois foram presos e na sequência a entidade deixou de receber os repasses estaduais. Logo depois da operação, a entidade afirma que “esteve na Secretaria de Estado de Saúde, comunicando que a instituição se afastaria do programa dos ostomizados de Mato Grosso do Sul”. Mas a SES teria solicitado a continuação da parceria.
Para seguir com o trabalho, a Apae alega que solicitou antecipação de recursos para a compra de mais bolsas de colostomia, “tendo em vista que no dia 15 de dezembro do mesmo ano, as indústrias fechariam para as festividades de fim de ano e só retornariam a partir do dia 15 janeiro”, explica.
Segundo a atual direção, o convênio já estava assinado e empenhado, mas o dinheiro só chegou em 22 de janeiro de 2024, por isso o atraso.
A APAE atende atualmente 1.445 ostomizados, 733 em Campo Grande e 658 no interior. Depois da falta no início do ano, a Associação garante que, de forma emergencial, “entre 7 e 9 de fevereiro, enviamos pelos motoristas da instituição, mais bolsas coletoras aos 11 polos do interior do Estado.”
A entidade informa que na próxima segunda-feira recebe nova remessa, que serão entregues imediatamente.
Pessoas ostomizadas são as que passaram por intervenção cirúrgica para abertura ou caminho alternativo para saída de fezes ou urina, além de auxiliar na respiração ou alimentação. Muitos desses procedimentos são feitos para tratamento de câncer.