Ex-pregoeira conhecida como "carniça" é última liberada entre presos da Turn Off
Simone Ramirez foi liberada ontem à noite, após passar cinco dias presas na operação que apura fraudes
A servidora Simone de Oliveira Ramires Castro, presa durante a Operação Turn Off, foi liberada ontem à noite, após ser beneficiada com habeas corpus. A exemplo dos outros envolvidos na investigação que apura fraude em licitações, será monitorada por meio de tornozeleira eletrônica.
A operação foi desencadeada no dia 29 de novembro e Simone passou cinco dias presa. No relatório do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), consta que ela era chamada de "carniça" por pressionar "alguma coisinha para ela".
A liminar foi concedida ontem à noite. Simone saiu do Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi para a Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual, para colocar tornozeleira eletrônica, por volta das 20h30. O advogado Alexandre Franzoloso, que representa Simone, diz que ela está abalada e foi direto para casa. Diz que ainda não irá adiantar a linha de defesa a ser adotada, somente adiantou que ela nega todas as acusações.
Na decisão de soltura, a Justiça entendeu que os presos não oferecem riscos para a ordem pública. Além disso, apresentam bons antecedentes criminais, possuem residência fixa e trabalho.
O advogado Alexandre Franzoloso disse que a servidora terá as mesmas restrições impostas aos outros presos da operação, já liberados pela justiça: devem comparecer em todos os atos do processo, não podem mudar de endereço e nem se ausentar por período superior a oito dias, sem comunicação prévia.
Simone Ramirez é servidora de carreira, lotada na SAD (Secretaria Estadual de Administração) desde 2017. No dia 30 de novembro, foi exonerada do cargo de comissão de Direção Gerencial Superior e Assessoramento na SAD, onde exercia a função de pregoeira.
Agora, todos os oito presos foram liberados: além de Simone, os irmãos Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, a servidora Andreia de Cristina de Souza Lima, gerente financeiro de posto de combustíveis Victor Leite de Andrade, primo dos irmãos Coutinho, o ex-o adjunto da Secretaria de Educação do Estado, Edio Antônio Resende de Castro, o assessor parlamentar Thiago Haruo Mishima e o ex-coordenador da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) Paulo Henrique Muleta Andrade.
O esquema - O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) investigam as oito pessoas presas e outros alvos por formar organização criminosa voltada à prática de crimes de fraude à licitação, peculato e corrupção.
A fraude consistia em burlar licitações abertas para a compra de equipamentos e materiais de consumo para as secretarias estaduais de Educação e Saúde com a ajuda de servidores e vender os produtos superfaturados. Os irmãos Coutinho negociavam propina para obterem ajuda dos funcionários do governo e vantagem sobre os outros concorrentes.
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