Apae afasta coordenador e supervisora suspeitos de corrupção
Contratos foram suspensos para que suspeitos "possam dedicar-se em suas respectivas defesas", diz nota
A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande) afastou dois funcionários suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 68 milhões dos cofres públicos entre 2021 e 2022, deflagrado pela Operação Turn Off nesta semana.
Na nota enviada à imprensa, no fim da tarde desta quinta-feira (30), a instituição comunicou que o coordenador técnico de reabilitação, Paulo Henrique Muleta Andrade, e a supervisora de estomias, Kellen Lis Oliveira da Silva, tiveram seus contratos suspensos "[...] para que possam dedicar-se em tempo integral em suas respectivas defesas, ante aos fatos noticiados pela imprensa".
Ainda no texto, a Apae reiterou que preza por práticas de transparência, ética e lisura. "Reafirmamos o compromisso da instituição com a apuração e continuamos à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações", finaliza o comunicado.
Conforme noticiado, Kellen prestou depoimento na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) na manhã de hoje. Segundo seu advogado, Jefferson Vila Nova, falou na condição de informante, sendo questionada sobre negociações de compra e venda na instituição.
À reportagem, a defesa explicou que a demora foi decorrente da burocracia do procedimento, mas que o interrogatório durou cerca de 30 ou 40 minutos. A supervisora foi questionada sobre “tratativas de compra e venda”, mas que pouco contribuiu, já que a área de atuação é diretamente com pacientes atendidos pela associação. “Foi ouvida como informante, não foi convocada novamente”, disse o advogado.
A Apae é um dos alvos da operação deflagrada em conjunto com o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). Paulo é um dos suspeitos de receber propina para favorecer as empresas dos também investigados Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho. Eles também foram presos na operação.
Paulo, que era fisioterapeuta e contratado da Apae desde 2015, receberia 4% das vendas efetuadas pelas empresas da dupla.
A operação - O Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga o desvio de R$ 68 milhões em contratos com empresas que prestam serviços e fornecem produtos para as secretarias de Educação e Saúde de Mato Grosso do Sul. As apurações começaram durante a Operação Parasita, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2022.
No total, foram expedidos oito mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. Além dos sete presos na Capital, o ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde, Flávio Brito, atual adjunto da Casa Civil, também foi alvo de busca e apreensão e intimado para depor na sede do Gaeco.
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