Supervisora da Apae é questionada sobre compras e vendas na instituição
Depoimentos de testemunhas e investigados na Operação Turn Off estão sendo ouvidos na sede do Gaeco
Funcionária da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) prestou depoimento esta manhã na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e, segundo o advogado Jefferson Vila Nova, falou na condição de informante, sendo questionada sobre negociações de compra e venda na instituição.
Hoje, na sede do Gaeco, estão sendo ouvidas pessoas tidas como envolvidas, testemunhas ou informantes na Operação Turn Off, deflagrada ontem.
Kellen Lis Oliveira da Silva é supervisora de enfermagem na Apae e chegou às 9h, saindo apenas às 10h10. O advogado explicou que a demora foi decorrente da burocracia do procedimento, mas que o interrogatório durou cerca de 30 ou 40 minutos.
Segundo Vila Nova, ela foi questionada sobre “tratativas de compra e venda”, mas que pouco contribuiu, já que a área de atuação é diretamente com pacientes atendidos pela Apae. “Foi ouvida como informante, não foi convocada novamente”, disse o advogado.
A Apae é um dos alvos da Operação Turn Off, que apura fraudes em licitações das secretarias estaduais de Saúde e Educação. Um dos oito presos é o coordenador técnico do CER/Apae (Centro Especializado de Reabilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta de Andrade.
Na investigação em conjunto do Gaeco com Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrução), consta que Paulo Henrique recebia propina para favorecer as empresas dos também investigados Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho. Eles também foram presos na operação.
Paulo, que é fisioterapeuta e contratado da Apae desde 2015, receberia 4% das vendas efetuadas pelas empresas dos irmãos Lucas e Sérgio.
A operação - O Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga o desvio de R$ 68 milhões em contratos com empresas que prestam serviços e fornecem produtos para as secretarias de Educação e Saúde de Mato Grosso do Sul. As apurações começaram durante a Operação Parasita, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2022.
Segundo o Gaeco, “Turn Off” faz referência ao "primeiro grande esquema descoberto nas investigações, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada”.
No total, foram expedidos oito mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. Além dos sete presos na Capital, o ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde, Flávio Brito, atual adjunto da Casa Civil, também foi alvo de busca e apreensão e intimado para depor na sede do Gaeco.
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