Presa em operação, servidora chamada de carniça diz estar "ansiosa e chateada"
Operaçao do Gaeco/Gecoc prendeu oito pessoas em investigação de fraudes em licitações
A movimentação de advogados começou cedo na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), onde serão interrogados suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações e testemunhas, em caso deflagrado na Operação Turn Off.
O único advogado que falou com a imprensa disse que sua cliente presa na ação, a servidora Simone Ramires de Oliveira Castro, está "ansiosa e chateada". Lotada no setor de licitações do Governo de Mato Grosso do Sul, era chamada de “carniça” por pressionar por “alguma coisinha para ela”, conforme a investigação.
Hoje, serão ouvidos os investigados na operação que não foram detidos, entre eles, empresários e o ex-titular da Secretaria Estadual de Saúde, Flávio Britto, atual adjunto da Casa Civil. Amanhã, estão previstos os depoimentos dos oito presos na ação, desencadeada em conjunto pelo Gaeco e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
Foram presos: o secretário adjunto Édio Antônio Resende de Castro; Simone de Oliveira Castro Ramirez, pregoeira da SAD (Secretaria Estadual de Administração); a assessora da SED (Secretaria Estadual de Educação), Andrea Cristina Souza Lima; o ex-superintendente de Comunicação, Thiago Mishima; o diretor da Apae, Paulo Henrique Muleta de Andrade; e os empresários Sérgio Duarte Coutinho Junior e Lucas de Andrade Coutinho
A maioria dos advogados que entraram no Gaeco não quis falar sobre o caso. Marcos Barbosa, que ontem se identificou como representante de Sérgio Duarte Coutinho, disse que ainda não falaria sobre o que não teve acesso.
Na saída, o advogado Gilson Freire, acompanhado de cliente, que seria dono de empresa, somente comentou que ele prestou depoimento “e não ficou em silêncio”.
O advogado Anthony Martinez, que representa Thiago Haruo Mishima, já tem informações da decisão do juiz, o que “dá margem para gente trabalhar agora”. Segundo ele, a prisão dele é infundada e não há evidências de envolvimento em fraude. Diz que hoje deve entrar com pedido de habeas corpus.
O advogado Élcio Paz, que representa uma das empresas investigadas na Turn Off, também foi objetivo e disse que não irá falar. Gilson Freire também evitou falar com a imprensa.
Já Alexandre Franzoloso, que representa Simone de Oliveira, disse que o inquérito foi liberado ontem, no fim da tarde, e está sendo avaliado. A cliente dele está agendada para ser ouvida amanhã, às 9h e, por isso, decidiu que não entrará com habeas corpus hoje, à espera desse depoimento. Contou que a cliente “está ansiosa e chateada”, por ser funcionária pública há 30 anos e que está à disposição da Justiça.
Pela investigação, o grupo trabalhava para fraudar licitações em contratos das secretarias estadual de Saúde e Educação. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o valor desviado, identificado até agora, é de R$ 68 milhões.
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