Ex-secretário investigado por fraude será interrogado na semana que vem
Suspeitos ouvidos hoje alternaram estratégia entre silêncio e prestar depoimento para "esclarecer situação"
Dos oito presos na Operação Turn Off, somente três ainda não foram interrogados nesta manhã, na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). Entre eles, o ex-secretário Adjunto de Educação, Édio Antônio Resende de Castro Bloch, que deve ser ouvido na semana que vem.
Nesta manhã, foram levados a interrogatório o assessor parlamentar Thiago Hauro Mishima; o coordenador técnico da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta Andrade, afastado do cargo, a ex-servidora Simone Ramires de Oliveira Castro; o empresário Sérgio Duarte Coutinho Junior e o primo dele, o gerente financeiro Victor Leite de Andrade.
Segundo declarações dos advogados que falaram com a reportagem, na entrada do Gaeco, foram adotadas estratégias diferentes durante os interrogatórios.
Conforme as respectivas defesas, Thiago Mishima prestou depoimento e disse que “estava perdido”, por não entender exatamente as implicações imputadas contra ele. Paulo Henrique “esclareceu a situação” ao Gaeco; Victor Leite preferiu se manter em silêncio durante interrogatório, invocando direito constitucional. Os advogados de Simone Ramires e Sérgio Duarte não esclarecem qual a linha adotada durante o procedimento.
Lucas Andrade Coutinho também deveria ser ouvido esta manhã, mas o advogado dele, Tiago Bunning, chegou e saiu logo em seguida do Gaeco, dizendo que o cliente passaria por audiência de custódia. Não há informações se o procedimento foi realizado hoje e se o interrogatório dele ainda está previsto para esta sexta-feira.
Outros dois, Édio Antônio Resende de Castro e Andreia Cristina Souza Lima, devem ser ouvidos na semana que vem, segundo o advogado Marcos Sandim.
A operação – Os contratos investigados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, através do Gaeco e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), somam R$ 68 milhões. Pelo menos três empresas estão sob suspeita: a Maiorca Soluções em Saúde, de propriedade de Sérgio Coutinho Júnior, e a Comercial Isototal Ltda, que tem como dono Lucas Coutinho, conforme dados abertos divulgados no site da Receita Federal, e a Isomed Diagnósticos.
As apurações começaram durante a Operação Parasita, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2022. “Dados extraídos dos aparelhos celulares dos investigados Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, apreendidos por ocasião” direcionaram a atenção do Gaeco e Gecoc para as contratações das empresas da dupla pela administração estadual, conforme trecho da decisão do juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, que autorizou as prisões e buscas.
Ainda conforme divulgado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), “Turn Off” faz referência ao "primeiro grande esquema descoberto nas investigações, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada”.
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