Defesas tentam habeas corpus, mas irmãos e ex-servidores passam 2ª noite presos
Pelo menos dois pedidos de habeas corpus já foram protocolados em favor dos alvos do Gaeco e Gecoc
As defesas de ao menos dois investigados na Operação Turn Off, desencadeada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), já entraram com pedidos de habeas corpus no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) em favor dos clientes. Mas, os oito presos nesta quarta-feira (30) devem passar mais uma noite na cadeia.
O ex-secretário-adjunto de Educação, Edio Antônio Resende de Castro, o assessor parlamentar Thiago Haruo Mishima, o coordenador técnico da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta Andrade, e os empresários Lucas de Andrade Coutinho e Victor Leite de Andrade estão no Centro de Triagem Anísio Teixeira, no Complexo Penal do Jardim Noroeste, em Campo Grande. Já o irmão de Lucas, Sérgio Duarte Coutinho Júnior, está no Presídio Militar Estadual, porque além de empresário, é advogado por formação e tem direito a cela especial.
Já as ex-servidoras Simone de Oliveira Ramires Castro e Andréa Cristina Souza Lima passarão a noite no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi. Todos devem prestar depoimento nesta sexta-feira, dia 1º, na sede do Gaeco.
Um dos advogados que diz já ter feito pedido de liberdade para o cliente é Antony Martines, que defende Thiago Mishima. Ele admite, contudo, que o habeas corpus, se for concedido, não deve sair hoje. “Pelo que sei, todos ficarão presos. O tratamento por agora é o mesmo”.
Nesta quinta-feira (30), foram ouvidos os investigados na operação que não estão presos, entre eles, empresários e o ex-secretário de Saúde, Flávio Britto, demitido hoje do cargo de secretário-adjunto da Casa Civil.
O esquema - O Gaeco e o Gecoc investigam as oito pessoas presas e outros alvos por formar organização criminosa voltada à prática de crimes de fraude à licitação, peculato e corrupção. Resumidamente, o esquema consistia em burlar licitações abertas para a compra de equipamentos e materiais de consumo para as secretarias estaduais de Educação e Saúde com a ajuda de servidores e vender os produtos superfaturados. Os irmãos Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior negociavam propina para obterem ajuda dos funcionários do governo e vantagem sobre os outros concorrentes.
Os contratos investigados somam R$ 68 milhões. Pelo menos três empresas estão sob suspeita, a Maiorca Soluções em Saúde, de propriedade de Sérgio Coutinho Júnior, e a Comercial Isototal Ltda, que tem como dono Lucas Coutinho, conforme dados abertos divulgados no site da Receita Federal, e a Isomed Diagnósticos.
As apurações começaram durante a Operação Parasita, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2022. “Dados extraídos dos aparelhos celulares dos investigados Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, apreendidos por ocasião” direcionaram a atenção do Gaeco e Gecoc para as contratações das empresas da dupla pela administração estadual, conforme trecho da decisão do juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, que autorizou as prisões e buscas.
Ainda conforme divulgado nesta manhã pelo MP, “Turn Off” faz referência ao "primeiro grande esquema descoberto nas investigações, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada”.
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