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Capital

"Ele não sabe nem o que negar", diz advogado de ex-subsecretário preso

Defesa de Thiago Mishima diz que não há "nenhuma materialidade" nas acusações de fraude

Por Silvia Frias e Bruna Marques | 01/12/2023 09:46
Thiago Mishima, um dos presos durante a Operação Turn Off (Foto/Reprodução)
Thiago Mishima, um dos presos durante a Operação Turn Off (Foto/Reprodução)

“Ele não sabe nem o que negar”, disse o advogado Antony Martines, que defende o assessor parlamentar Thiago Haruo Mishima. Ele chegou há pouco para acompanhar o interrogatório do cliente, preso na Operação Turn Off, que apura fraude em licitações em contratos com as secretarias estaduais de Saúde e Educação.

Thiago está na lista dos oito presos que prestam depoimento hoje, na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

Martines diz que não há “nenhuma materialidade” de crimes imputados a Thiago Mishima, negativa feita com base no que já teve acesso da investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). “Não tem conduta específica tipificada no Código Penal do que o Ministério Público está apontando”, afirmou. “Mas, enfim, isso aí é questão para mais pra frente, durante a instrução processual, para ficar comprovada a inocência dele”.

Antony Martines, advogado de Mishima, chega ao Gaeco (Foto: Marcos Maluf)
Antony Martines, advogado de Mishima, chega ao Gaeco (Foto: Marcos Maluf)

O advogado já protocolou o habeas corpus, sob análise do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Além dele, segundo apurado pela reportagem, também há recurso em nome de Victor Leite de Andrade.

Segundo a investigação, Thiago Mishima, além de receber comissão em espécie, a cada pregão vencido por empresas que participavam de esquema de favorecimentos em licitações e desvio de dinheiro público da Saúde, também é suspeito de ganhar propina usando a empresa do cunhado.

Apesar de começar na antiga gestão estadual como subsecretário de Comunicação, as fraudes teriam ocorrido enquanto ele ocupava a função de gestor de contratos da Secretaria de Saúde, pelo menos até 2017.

Um dos documentos que o Campo Grande News teve acesso coloca sob suspeita contrato no valor de R$ 12.064.640, referente à prestação de serviço médico ao Hospital Regional, vencido pela Isomed Diagnósticos em maio de 2022, que tinha oficialmente como objeto a contratação de "equipe médica especializada para prestação de serviço de interpretação e emissão de laudos médicos, presencial e a distância, de exames de Radiografia Geral (Raio-x), Mamografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética e realização de exames com laudos de Ultrassonografia; bem como de Coordenação Técnica presencial à equipe profissional do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) e a distância em demais Unidades de Saúde que integram a Rede Digital de Imagens Estadual".

Nesse caso específico, a investigação encontrou depósito feito pelos irmãos Coutinho na conta de D.R. Comunicação Ltda, de propriedade do venezuelano Freddy Antônio Martinez Ochoa, marido da irmã de Mishima. Ao rastrear os valores, Thiago foi apontado como favorecido.

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