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Cidades

Ex-coordenador da Apae será solto 2 dias após liberdade de 6 alvos da “Turn Off”

Paulo Henrique Muleta Andrade poderá deixar cadeia desde que use tornozeleira eletrônica e cumpra restrições

Por Anahi Zurutuza | 04/12/2023 16:18
Movimentação de policiais em frente a Unidade Mista de Monitoramento Virtual, no sábado (2), quando seis alvos da "Turn Off" foram até o local para a instalação de tornozeleiras (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Movimentação de policiais em frente a Unidade Mista de Monitoramento Virtual, no sábado (2), quando seis alvos da "Turn Off" foram até o local para a instalação de tornozeleiras (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

O ex-coordenador da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta Andrade, também deixará a prisão e será monitorado por tornozeleira eletrônica. Três dias depois de a Justiça conceder habeas corpus para seis investigados na Operação Turn Off, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), o desembargador Emerson Cafure, da 1ª Câmara Criminal, estendeu a Andrade as medidas aplicadas aos outros alvos.

Ele deve deixar o Centro de Triagem Anísio Lima, no Complexo Penal de Campo Grande, ainda hoje. Sem dar mais detalhes, foi a advogada Rejane Alves de Arruda, que defende Andrade, quem confirmou a decisão. “Foi deferida a ordem. Como para os demais”.

Quem ainda segue presa é Simone Ramires de Oliveira Castro, a servidora recém-exonerada do setor de licitações do Governo de Mato Grosso do Sul, que ajudava os líderes do esquema a conquistar contratos milionários em troca de propina, segundo a investigação.

Foto usada por Paulo Henrique em perfil de currículo na internet (Foto: Arquivo pessoal)
Foto usada por Paulo Henrique em perfil de currículo na internet (Foto: Arquivo pessoal)

Liberdade com tornozeleira – O ex-secretário adjunto de Educação, Edio Antônio Resende de Castro, o assessor parlamentar Thiago Haruo Mishima e a ex-servidora Andréa Cristina Souza Lima colocaram a tornozeleira eletrônica e foram liberados na manhã de sábado (2).

Os irmãos empresários Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, suspeitos de corromper os funcionários públicos para lucrar com contratos superfaturados, e o primo deles, Victor Leite de Andrade, que também faria parte do esquema, passaram pela UMMVE (Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual) no mesmo dia.

Na decisão de soltura, o juiz entendeu que os presos não oferecem riscos para a ordem pública. Além disso, apresentam bons antecedentes criminais, possuem residência fixa e trabalho.

Mesmo soltos e usando tornozeleira eletrônica, os presos devem comparecer em todos os atos do processo, não podem mudar de endereço e nem se ausentar por período superior a oito dias, sem comunicação prévia.

Os investigados não podem manter contato entre si ou com testemunhas do processo. Com o uso da tornozeleira eletrônica, os alvos precisam se recolher para seus lares no período noturno.

O esquema - O Gecoc e o Gaeco investigam as oito pessoas presas na quarta-feira (29) e outros alvos por formar organização criminosa voltada à prática de crimes de fraude à licitação, peculato e corrupção.

Resumidamente, o esquema consistia em burlar licitações abertas para a compra de equipamentos e materiais de consumo para as secretarias estaduais de Educação e Saúde com a ajuda de servidores e vender os produtos superfaturados. Os irmãos Lucas e Sérgio Coutinho negociavam propina para obterem ajuda dos funcionários do governo e vantagem sobre os outros concorrentes.

Os contratos investigados somam R$ 68 milhões. Pelo menos quatro empresas estão sob suspeita, a Maiorca Soluções em Saúde, de propriedade de Sérgio Coutinho Júnior, e a Comercial Isototal Ltda, que tem como dono Lucas Coutinho, conforme dados abertos divulgados no site da Receita Federal, a Isomed Diagnósticos e a Health Brasil Inteligência em Saúde Ltda.

“Turn Off” faz referência ao "primeiro grande esquema descoberto nas investigações, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.

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