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Capital

Após depoimentos, defesa vai pedir liberdade de oficiais da Máfia dos Cigarros

O coronel Kleber Haddad Lane e do tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves foram presos na Operação Avalanche, no dia 15

Geisy Garnes | 28/05/2020 18:16
José Roberto Rodrigues da Rosa trabalha na defesa do do coronel Kleber Haddad Lane e do tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves (Foto: Kísie Ainoã)
José Roberto Rodrigues da Rosa trabalha na defesa do do coronel Kleber Haddad Lane e do tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves (Foto: Kísie Ainoã)

Após os depoimentos dos oficiais da Polícia Militar acusados de envolvimento com a máfia que comanda o contrabando de cigarro na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, realizados nesta quinta-feira (28), a defesa do coronel Kleber Haddad Lane e do tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves tentará revogar os mandados de prisão que mantêm os dois policiais no Presídio Militar de Campo Grande desde o dia 15 de maio.

Depois de acompanhar os clientes, o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa garantiu que vai recorrer à decisão de prisão preventiva. Segundo ele, no entendimento da defesa não há mais necessidade da reclusão dos policiais militares. “Os dois estão na reserva, não há indícios de risco de fuga, possuem residências fixas e já prestaram todos os esclarecimentos”.

Ao Campo Grande News o advogado detalhou que em depoimento os clientes “explicaram” as acusações e responderam todas as perguntas dos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Contra Haddad a acusação seria de recebimento de propina, cerca de R$ 150 mil.

O valor supostamente repassado ao coronel, que na época comandava o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), estava detalhado em uma planilha apreendida pela Polícia Federal em outra operação de combate ao contrabando. Por isso ele apresentou documentos para comprovar a renda do cliente. “Não há indícios do ingresso desse valor em sua conta e não há ninguém que ligue ele a organização criminosa”, reforçou Rosa.

Já o tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves teria recebido dinheiro para favorecer suspeito preso. Nesta tarde, ele apresentou provas de que o homem era vizinho de sua fazenda, para quem vendou gado. Ainda conforme o advogado, além de comprovar a origem da transação financeira, o militar não estava mais atuando na região em que aconteceu a prisão na época.

O pedido de revogação das prisões deve ser enviado ao juiz da 1ª instância já na segunda-feira, dia 1º de junho.  Além de Haddad e Erivaldo, outros cinco oficiais prestaram depoimentos. As defesas, no entanto, preferiram não falar com a imprensa.

Militares foram levados para a sede do Gaeco em um ônibus da Polícia Militar (Foto: Kísie Ainoã)
Militares foram levados para a sede do Gaeco em um ônibus da Polícia Militar (Foto: Kísie Ainoã)

Entenda – Os oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul foram presos na Operação Avalanche, terceira fase da Operação Oiketikus.

Além de Haddad e Erivaldo, foram presos o comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar em Dourados, tenente-coronel Carlos Silva, o tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, tenente-coronel Souza Lima, tenente-coronel Wesley Freitas Araújo e o major Luiz César de Souza Herculano.

Cone-Sul - A data das oitivas coincidiu com a deflagração da 4° fase da Operação Nepis, denominada "Arithmoi", nesta quinta-feira, onde policiais civis suspeitos de integrar a Máfia do Cigarro foram presos. Conforme as investigações, eles recebiam “por ciclo”, R$ 800 mil em propina, para facilitar a passagem de cargas de produto ilegal, contrabandeado do Paraguai.

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