Após gerar polêmica, pé de maconha é arrancado de frente da prefeitura
Vendedor viu "homens de preto" arrancarem a planta do canteiro da Avenida Afonso Pena
Após virar o assunto do momento, o pé de maconha plantado no canteiro da Avenida Afonso Pena, em frente à prefeitura de Campo Grande, simplesmente, desapareceu. Na tarde desta sexta-feira (15), o Campo Grande News voltou ao local onde a erva estava plantada e só encontrou um buraco coberto por folhas secas.
O vendedor ambulante João Gonçalves, 74 anos, que vende picolé no ponto de ônibus em frente de onde a planta estava, diz que viu quando ela foi retirada por três homens de preto. "Eles estavam rindo, arrancaram a planta, pisaram no chão e entraram para dentro da prefeitura", detalhou.
Mais cedo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse que iria acionar a polícia para investigar o plantio da maconha. “Vou pedir para a polícia verificar. Não cabe ao executivo resolver essa questão, mas sim à polícia. Acredito que isso deva ser um crime”, comentou.
O Campo Grande News tentou confirmar junto a assessoria de imprensa se a ordem para a retirada da planta partiu do prefeito, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta.
Direito ao relaxamento - O plantio é uma forma de chamar atenção, diz o responsável pela atitude solitária, praticada na madrugada, em defesa do direito ao relaxamento. “Plantei sozinho e fixei uns cartazes feitos em folha de sulfite mesmo, para ver se consigo ajudar no debate sobre o uso medicinal, cultural e social da maconha”, explica o militante, que é cozinheiro, mas pediu para não ser identificado.
Para falar da necessidade de debater a liberação do uso, ele escolheu um local estratégico, tanto no aspecto de visibilidade, quando político. “Plantei perto de um ponto de ônibus, onde passa muita gente todos os dias. Também escolhi a prefeitura por ser um espaço de discussões. Hoje, não tem nenhuma autoridade ou político que levante essa bandeira, não julgo, mas precisamos”, justifica.
A intenção do cozinheiro não é invadir o lugar com uma plantação, mas só “educar” quem passa. “Acho que o pé vai durar, no máximo, dois dias ali. Mas se alguém parar e debater o assunto, já fico satisfeito. As pessoas têm de entender que o usuário não pode mais ficar por ai se arriscando a ir até uma boca de fumo para comprar algo que não faz mal algum”, reclama.