Após morte de professor, secretaria diz que médico é livre para negar licença
Servidores se manifestaram na quinta-feira (23) após morte de colega que enfrentava depressão
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Após manifestação de professores que reclamam da perícia médica que decide se os servidores devem ou não se afastar das salas de aula para tratamento, em especial da saúde mental, a Seges (Secretaria Municipal de Gestão) emitiu nota de esclarecimento.
A secretaria informa que o médico tem autonomia e liberdade para decidir sobre cada professor, afirma que os médicos são extremamente capacitados e os servidores podem pedir reavaliação em cada caso. A Semed (Secretaria Municipal de Educação), informou que em Campo Grande tem 446 professores readaptados na Reme (Rede Municipal de Educação).
Conforme a Seges, a pasta recorre à Lei n. 212.030/09 e ao Código de Ética Médica para explicar que o médico tem que trabalhar com liberdade, não podendo sofrer quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar o trabalho.
“O periciado sempre é avaliado para todas essas situações com base na autonomia do ato Médico Pericial, o qual é uma ação de competência absoluta do profissional, que envolve a decisão de julgar o direito de concessão de um benefício pecuniário solicitado pelo requerente, avaliando sua capacidade laboral fundamentada no direito do requerente e nas provas e indícios apresentados para tal”, diz a nota.
A Seges destaca que é garantido ao servidor que está passando pela perícia “o direito de ampla defesa e o contraditório com fundamento nas normas supramencionadas, como exemplo disso tem-se o instituto da Reconsideração, este que dispõe ao periciado o direito de solicitar uma reavaliação em razão de uma negativa/entendimento contrário ao seu requerimento”.
Manifestação - Servidores se reuniram na quinta-feira (23), em frente ao IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), para se manifestar contra “falhas” na perícia que nega o afastamento de professores que não desejam retornar ao trabalho em função de sofrimento emocional.
Os professores alegam que estão sendo obrigados a retornar às salas de aula doentes. A manifestação ocorreu após a morte do professor Tiago Bianchi Silva Araújo, de 42 anos, ocorrida na segunda-feira (20).
Encontrado morto em casa, o professor sofria de depressão, por isso havia pedido afastamento das funções. Ele já tinha passado por perícia mais de uma vez no IMPCG.
Apoio - O Campo Grande News aproveita para informar que, na Capital, o GAV (Grupo Amor Vida) presta serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em sofrimento emocional por meio do telefone 0800 750 5554.
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