Após sair de prisão, família diz que piloto foi barrado em condomínio
Jonas Mongenot foi liberado após ter invadido apartamento do vizinho e destruído objetos; liberação aconteceu após negociação
Depois de deixar a cela do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), o piloto de avião Jonas Mongenot Júnior, 41 anos, tentou voltar para o apartamento, no Condomínio Jardim dos Jabotás, na Avenida Afonso Pena, mas foi barrado na portaria, segundo relato da esposa e do advogado do casal.
O condomínio foi o cenário da discussão que terminou com a depredação de objetos na casa do advogado Munir Jorge, vizinho do piloto, em briga que aconteceu na noite de 31 de dezembro, durante as comemorações pelo Ano Novo.
O alvará de soltura foi expedido ontem, depois do pagamento da fiança de R$ 40 mil, determinado pela Justiça. O pagamento foi feito pela mãe de Jonas, a advogada Cleuza Ferreira da Cruz, depois que o valor de R$ 100 mil havia sido reduzido.
A esposa de Jonas, Renata Novaes, disse que eles estão sofrendo constrangimento por parte do condomínio. Desde o ocorrido, ela e os filhos ficaram na casa da mãe, mas, em algumas ocasiões precisou voltar. Segundo ela, desde que o marido foi preso, a entrada no prédio estava sendo autorizada pelo portão de visitas, em que há controle de tempo de entrada e saída. “As maiores vítimas disso sou eu e meus filhos”.
Hoje, após sair da prisão, o marido foi direto para o condomínio, por volta das 9 horas. Porém, segundo ela, foi impedido de entrar pelo porteiro, que disse estar seguindo ordens do síndico.
O advogado Jaques Fortes disse que foi acionado pelo casal e, por telefone, conversou com o funcionário, que entrou em contato com a administração do condomínio. Somente depois dessa negociação, a passagem foi liberada.
O advogado esclareceu que a decisão judicial, assinada pelo juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira, da comarca de plantão de Campo Grande, determina que Jonas não pode se mudar de residência sem autorização prévia do Judiciário. “Então, nesse primeiro momento, ele tinha que ir para lá”.
A reportagem entrou em contato com o telefone que aparece nas redes sociais como sendo do Condomínio Jardins do Jatobá, mas não obteve contato com administradora ou o síndico da torre em que Jonas mora.
Na semana passada, em reunião de condomínio, os moradores decidiram pela abertura de processo para a expulsão da família do local.
O caso - Por volta das 23h30 de 31 de dezembro, Jonas e o filho de dez anos soltavam fogos de artifício na Afonso Pena, em frente ao prédio, para comemorar a virada do ano. Com um cachorro em casa, o advogado Munir Jorge, de 56 anos, ficou incomodado pelo barulho, desceu do apartamento e foi tirar satisfação com o vizinho.
Durante a confusão ainda na portaria, Jonas ameaçou queimar a vítima com uma espécie de laser. Munir, então, agrediu o vizinho com um soco, na frente do filho de Jonas e subiu pelo elevador.
Jonas então subiu até a casa do vizinho, arrebentou o quadro de energia, arrombou a porta da cozinha do apartamento de Munir, invadiu o imóvel e danificou vários objetos usando um extintor de incêndio.
O morador ainda foi até a garagem e danificou a motocicleta Harley Davidson e o veículo Mercedes Bens da vítima, que teve retrovisores quebrados e a lataria riscada de ponta a ponta. O piloto disse que ficou “transtornado” após o filho ter recebido um “tapa na orelha” do advogado.
Discussão – Internamente, há atrito entre advogada Cleuza Mongenot, mãe do piloto, e o advogado Jaques Fortes. Ela diz que ele não representa o filho, discorda da linha de defesa adotada, porém, a nora explica que ele ainda representa o marido e, de agora em diante, vão trabalhar em conjunto.